terça-feira, 31 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (treze)


Talvez me sente ainda um dia

com esse livro com que me atormentei

Talvez eu abra ainda um dia

uma página do sal que só o mar tem

Ou talvez vire as costas à primeira linha

adivinhando o que não fui nem nunca serei


sábado, 28 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (doze)

... espalhando olhares surpresa ...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (onze)


... voando nos medos e feitiços, escritos nas cores de mais uma linha ...


terça-feira, 24 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (dez)


Há abrigo nas nossas mãos quando seguramos as palavras com o olhar... e quando aconchegamos nas vidas contadas em folhas de papel, o nosso coração... com a nossa vida tão perto de uma sombra... com a nossa vida tão longe de sol...


domingo, 22 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (nove)

E fez-se música no meu olhar, quando ouvi mais uma resposta assim: claro que pode fotografar... e depois fez-se canção na minha memória ... “Será que existe em mim um passaporte para sonhar...”, com este pedaço de 125 Azul.

-

Sim, os Trovante!


Os livros saíram à rua (oito)


Escolher

as palavras

como se as mãos

procurassem

nas letras

todo esse dizer

que nos conta

sem conta

que dos diz

que nos faz

e desfaz

que nos procura ...

.

sim, os livros encontram-nos

se nos deixarmos perder...



sábado, 21 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (sete)


Olhos nos olhos ...
posso?
claro que pode!
e assim nascem sorrisos no meio de palavras sobre canções ...


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (seis)


Quando a noite descobre nos livros as cores de começar uma página ... nunca é tarde para ser um "era uma vez" ...



segunda-feira, 16 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (cinco)

*para mim, este é um dos poemas mais belos de Mia Couto.
**esta é mais uma fotografia que guardo com muito carinho...


Para ti


Foi para ti

que desfolhei a chuva

para ti soltei o perfume da terra

toquei no nada

e para ti foi tudo

.

Para ti criei todas as palavras

e todas me faltaram

no minuto em que talhei

o sabor do sempre

..

Para ti dei voz

às minhas mãos

abri os gomos do tempo

assaltei o mundo

e pensei que tudo estava em nós

nesse doce engano

de tudo sermos donos

sem nada termos

simplesmente porque era de noite

e não dormíamos

eu descia em teu peito

para me procurar

e antes que a escuridão

nos cingisse a cintura

ficávamos nos olhos

vivendo de um só

amando de uma só vida

Mia Couto


sábado, 14 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (quatro)


Aguardo essa página

por ler

aguardo uma manhã

por amanhecer

aguardo assim

por esse livro

escrito com letras

de um suave entardecer



quarta-feira, 11 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (três)

... acordando em nós... a palavra, tentação ...

Os livros saíram à rua (dois)


... com princesas em bolas de sabão ... nas palavras de faz de conta ...



domingo, 8 de maio de 2011

Os livros saíram à rua (um)


Sabia-o na feira do Livro de Lisboa. Mas mesmo assim não queria acreditar! Com a sua permissão tive a honra de o fotografar, e enquanto o autógrafo se "desenhava" no lindíssimo “António Barreto: fotografias “, tive o privilégio de testemunhar a simplicidade que o seu olhar espelha... As fotografias de António Barreto estão repletas de histórias e isso não se prende unicamente com o tempo, como me fez questão de referir, mas sim com o olhar... António Barreto olha as pessoas, como se olhasse pelas sua vidas... e isso, é que faz a diferença.

..

*Tenho mais um livro de que gosto muito, e também uma fotografia muito especial...

.

*Em forma de agradecimento, escolhi um pedaço da forma tão bonita como agradece neste livro tão especial... Muito obrigada, António Barreto!

.

"O meu primeiro agradecimento vai para as pessoas com quem vivi estes quase cinquenta anos. Com elas discuti, observei e viajei. Especialmente a Mena, com quem vivo há mais de trinta anos e que sempre me estimulou, sem nunca perturbar as minhas deambulações fotográficas. O que não é fácil, dado que fotografar é um acto de solidão voluntária e necessária. (...)"
.

sábado, 7 de maio de 2011

Frágil


Não me digas a metade

as palavras todas

são sempre desalinho

,

não me digas a noite inteira

quando o dia cai

na escrita de um caminho

.

não digas tardes quentes

diz-me das ruas

das árvores e das sementes

..

diz-me em choro

o teu sorriso

e sem luz

a tua boca

.

diz-me devagar

na melodia que seduz

a fragilidade ser um dia

e a vida ser tão pouca


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mapa


... ramos que seguram no verde o desejo de florir ...
mesmo sem primavera ...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Estamos cá


... e assim, estar é ser ... na luz que os meus olhos chamam ...