sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sem fim

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Tentou escrever a mesma carta mais de cem vezes. Sabia o que queria dizer, mas também hesitava querer dizer, o que sabia querer tão bem. Escrevia velozmente a fúria... apagava. Escrevia docemente o amor... apagava. Primeiro precisaria de se reconciliar com ela própria, e nunca transpor isso, muito menos escrever isso… rasgou a folha em branco, acendeu um cigarro e saiu. Era já noite, e procurava agora que o escuro lhe devolvesse os seus passos sem fim.
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2 comentários:

mdsol disse...

:))

Guida Palhota disse...

Então e o cão? Eu vi. A criatura cruzou-se com um cão enroscado em si próprio, um cão com um olhar - porque "Há...olhares".
Que fizeste ao cão, Clarice?