É um não querer saber
virar as costas ao mar
e deixar de o ouvir
é um não querer saber
é um frio imenso
quando viro a cara
e pára o olhar
num silêncio intenso
é um mar sem corpo
quando nada mexe
e sem braços
no peito um desgosto
são ondas caladas
e são as bocas fechadas...
é um vazio sem cor
e nem preto e branco
é o frio gélido
gemido e dor
são bocas coladas
nos lábios distantes
é o espaço que sobra
para pensamentos errantes
virar as costas ao mar
e deixar de o ouvir
é um não querer saber
é um frio imenso
quando viro a cara
e pára o olhar
num silêncio intenso
é um mar sem corpo
quando nada mexe
e sem braços
no peito um desgosto
são ondas caladas
e são as bocas fechadas...
é um vazio sem cor
e nem preto e branco
é o frio gélido
gemido e dor
são bocas coladas
nos lábios distantes
é o espaço que sobra
para pensamentos errantes
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4 comentários:
Bonito...
Imaginei-me dentro de uma pedra transparente, a ver passar o mundo. A ver tudo, sem que nada me interceptasse em tangente.
Por que será que este mar me parece alaranjado, telhando de cor a mortiça cinza, para que se não veja ou se não espalhe...?
Por que será que não o sinto de pedra dura e inflexível, mas sim de barro frágil e quebradiço?
Será pela força da esperança e pela certeza de que o frio é um estado que vem e que vai?
Será! Este mar telhado guarda, em pausa forçada, a vontade de ser e de ter. Guarda-a, para que se não disperse, e potencia-a, para quando o vento trocar as telhas pela presença...
boa imagem e bonitas palavras...
Ainda não decidi se aquilo que vejo é um mar ou uma pista de lombas para fazer rali. :-)
Mas considerações dessas à parte, visualmente e em termos gráficos resultou muito bem.
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