Pode ser quando
menos se espera. Ou se espera menos do que se pensa. Um dia ao acordar ouvimos
qualquer coisa vinda de dentro... que é dessa voz que vamos sendo. Sem susto olhamos as mãos. Uma e outra. E depois os braços. E depois... a pele
confere-nos sempre existência. É o nosso corpo a dar forma aquilo que somos. É a nossa voz. A nossa forma de andar ... por casa , na rua... sempre pensei na
forma de andar como a forma de ser. Nunca para mim uma e outra coisa se
separou. Perco-me no meu andar como me concentro no movimento de quem passa por
mim. E gosto de perceber a elegância com que se veste o ritmo de cada um. Para depois desnudar. Uns
mais apressados, outros mais devagar, outros parados... o ritmo dos passos dos
outros nunca me passa despercebido, nunca me passa despercebido. Nunca. E nos passos também há o olhar, que
uns mais que outros deixam passear. Passamos assim uns pelos
outros... uma vezes mais parados outras vezes sem conseguir andar, outras a passos largos
... Pode ser quando menos se espera. Ou se espera menos do que se pensa...
ouvirmos qualquer coisa vinda de dentro...
2 comentários:
Se eu soubesse também diria assim, neste sábado ou noutro qualquer, também seria assim em modo de palavra, a medir distâncias e passos...mas isso seria só se soubesse fazê-lo... assim...
(Um beijo pelo prazer da leitura)
"Um dia ao acordar ouvimos qualquer coisa vinda de dentro..."
Já vi nos filmes isso acontecer e é sintoma de quem está possessa por um demónio ou por um extraterreste.
:-)
Este seu palavreado todo, foi só para dizer que a estas meninas, quando acordaram de manhã, ouviram uma voz a dizer incessantemente "Vai andar de bicicleta e deixa-te fotografar pela Clarice."?
:-)
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