sábado, 17 de novembro de 2012

Linhas de um Sábado à tarde

Pode ser quando menos se espera. Ou se espera menos do que se pensa. Um dia ao acordar ouvimos qualquer coisa vinda de dentro... que é dessa voz que vamos sendo. Sem susto olhamos as mãos. Uma e outra. E depois os braços. E depois... a pele confere-nos sempre existência. É o nosso corpo a dar forma aquilo que somos. É a nossa voz. A nossa forma de andar ... por casa , na rua... sempre pensei na forma de andar como a forma de ser. Nunca para mim uma e outra coisa se separou. Perco-me no meu andar como me concentro no movimento de quem passa por mim. E gosto de perceber a elegância com que se veste o ritmo de cada um. Para depois desnudar. Uns mais apressados, outros mais devagar, outros parados... o ritmo dos passos dos outros nunca me passa despercebido, nunca me passa despercebido. Nunca. E nos passos também há o olhar, que uns mais que outros deixam passear. Passamos assim uns pelos outros... uma vezes mais parados outras vezes sem conseguir andar, outras a passos largos ... Pode ser quando menos se espera. Ou se espera menos do que se pensa... ouvirmos qualquer coisa vinda de dentro...

2 comentários:

L.Reis disse...

Se eu soubesse também diria assim, neste sábado ou noutro qualquer, também seria assim em modo de palavra, a medir distâncias e passos...mas isso seria só se soubesse fazê-lo... assim...

(Um beijo pelo prazer da leitura)

Remus disse...

"Um dia ao acordar ouvimos qualquer coisa vinda de dentro..."
Já vi nos filmes isso acontecer e é sintoma de quem está possessa por um demónio ou por um extraterreste.
:-)

Este seu palavreado todo, foi só para dizer que a estas meninas, quando acordaram de manhã, ouviram uma voz a dizer incessantemente "Vai andar de bicicleta e deixa-te fotografar pela Clarice."?
:-)