terça-feira, 21 de outubro de 2008

Encontros sem despedida

Há quem chegue sem saber
Há os que chegam para partir
Há quem nunca chegue
Há quem não queira nunca ir
Há encontros sem saber
E há despedidas por abrir
Que quando não partimos
O difícil é chegar
Se o ficar é não querer ir
E é o querer ficar
Se eu te não encontrar
Isso é despedir
Porque te encontrei
Eu não quero mais partir

7 comentários:

Vítor disse...

Mas há partidas que, apesar de tudo, são belas, como esta que o João Roiz Castell-Branco escreveu no séc. XV:

Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tam tristes, tam saudosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
tam fora d' esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Lady Godiva disse...

Clarice: Ai!
Vítor: Então?!

Cati disse...

Detesto despedidas, principalmente as despedidas de encontros que custaram a acontecer, que levaram muita força interior, muito bater de coração, muito "será que devo?", muito... enfim, é difícil dizer certos "olá" assim como é duro dizer "adeus".

O melhor é isso. Um encontro sem despedida.

Desculpa a divagação, que provavelmente não faz sentido.

Um beijo*

Sérgio Aires disse...

As piores despedidas são daqueles encontros que nem sequer chegaram a acontecer. Mas convém também recordar (como dizia Camus) que os únicos paraísos são aqueles que perdemos.

Clarice disse...

Vítor: Sim, esta partida escolhida por ti é mesmo muito bela!

lady: tudo bem? Ai...então... :):):)


cati: a tua "divagação" faz muito sentido... assim como as tuas palavras.

Sérgio: Será que Albert Camus me conseguirá ouvir, para lhe dizer que isso de perder parísos não devia ser assim? Acha que ele vê se nós riscarmos o "perder", e na sua vez escrevermos "reencontrar".
Sim, reencontrar paraísos.
Ficava tão bonito, não ficava?

S. disse...

Não partas então... e se tiveres que partir, não digas "Adeus"!

Clarice disse...

Sim, Sofia, não digo adeus, e não consigo dizer mesmo!
beijinho