terça-feira, 29 de junho de 2010

Para dizer seguido

.

Não gosto das vezes que contas o meu olhar

nem que te escondas de mim

não gosto dos dias a passar

lembrando outros sem fim


não gosto das palavras a escalarem

montanhas de faz de conta

nem gosto que os meus pés sintam

o que os meus dedos apontam


mas gosto de cuidar do pouco que resta

deixar entrar pela janela

apenas o sol

por uma fresta


e pensar que ao acordar

vou deixar respirar os sonhos

e querer dos sonhos apenas o espreguiçar


e cada vez mais

conseguir dizer

sem dizer a soletrar


1 comentário:

the dear Zé disse...

Ui, exercício difícil.