sexta-feira, 31 de outubro de 2008

sem fim


Eram os dias a preto e branco que agora riscavam os traços mais longos na sua vida. A espera ao vento não a deixava ver sequer os dias mais próximos. Os seu olhos ausentes, escondidos, temiam sempre o pior, sempre o pior… os cabelos voados pela brisa eram agora o mais próximo de si, e os dias cobertos de ânsia desejavam sempre outro rumo, sempre outro, sem fim…
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hoje...

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... estou a ler uma carta, cantada (post anterior)...
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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Love letter

há cartas asim... cantadas.

há músicas assim... escritas.

Cenas da vida conjugal

Marianne (Liv Ullmann) e Johan (Erland Josephson) protagonistas de várias cenas retratadas por Ingmar Bergman. Julgo que passava na dois, há uns bons anos atrás. Na companhia da minha mãe era obrigatório assistir ao admirável dialogo próximo e genuíno. A troca de palavras tão intensa fazia-me sentir dentro da própria acção. Ainda hoje mais do que as palavras me lembro das imagens nelas retratadas. Os movimentos, os olhares, os silêncios e até a respiração que fazia nascer a palavra que faltava dizer ou calar.
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*Gostava de rever … e hoje, descobrir por certo outros “silêncios” que a idade há uns anos atrás não me permitia.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

um dia ...

...eu quero ser índio.
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E dizer as cores sem espanto.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

contigo

Trouxe a brisa do mar quando os meus olhos soltaram os sonhos devagar… embaladas ondas desfeitas em rodopio dançaram e os meu olhos fechados. Quando chegavas no teu sorriso embrulhado no meu, desfolhadas em brisa quando juntos, éramos um.
E as palavras circulares trazidas na brisa pousam em canções e poemas só para nós. Se são sonhos, agarrei-os e não mais partem de mim. Se são brisa trazida pelo mar, então amor fecha também os teus olhos assim nos meus, devagar…


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ontem

Um dia inteiro com o mar pela frente…

...hoje não vai sair coisa boa!


domingo, 26 de outubro de 2008

quase


soltas, presas na mão , palavras de pó de giz, tolas e sem razão...
... é quase sempre por um triz ...
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sábado, 25 de outubro de 2008

Pontes


Robert Kincaid (Clint Easstwood), jornalista fotográfico da National Geographic e Francesca Johnson (Maryl Streep), uma dona de casa do Lowa, tinham uma vida perfeitamente normal, sem altos nem baixos.


Acontece que basta estar vivo... e quatro dias depois de se conhecerem não querem perder o amor que encontraram. Também basta estar vivo!


Chamem-me lá lamechas… mas adoro este filme!

Um dia

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E talvez
seja isso só
doces laços e rodopios
um dia a quererem ser nó

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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Onde?


Onde guardamos os nossos segredos?


É lá, no horizonte onde oiço as vozes das pedras a cair…


Como pedras...

como pedras
frias
arrumadas
escolhidas
vazias
pesadas
ausentes
nem cá,
nem lá
pedras
empilhadas
desequilibradas
longínquas pedras
ocas

cheias e vazias
danadas
furiosas
malvadas palavras
de pedra
e este meu silêncio
não faz nada!?

...e assim não há palavras!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Pequeno conto do espaço


Passeavam lado a lado. De mãos entrelaçadas. Os dedos perdiam-se em dez, e mais dez, em desordem, juntos, colados. Ele dizia que o caminho era difícil, que as pedras do chão estavam ali, mesmo debaixo dos pés. Ela teimava em não olhar, e dizia-lhe os sonhos… todos os sonhos, que os dedos não chegavam para contar. Olhos nos olhos, a quatro mãos, caminhavam, caminhavam, caminhavam…

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Será?

Na dúvida há sempre uma pergunta a desarrumar…e dessa pergunta, outras desdobradas, proporcionais à própria dúvida.
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“Será” foi-me oferecido hoje pela doce Sofia, que para além de uma caixa de botões, tem outra caixa cheia de afectos que distribui. Eu sei que distribui!
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Apesar de não andar muito perto da música de Pedro Abrunhosa (também Sofia, também…), este poema que vive numa canção, é lindo!


*há pessoas que voam para nós, como anjos...
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Será?
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Será que ainda me resta tempo contigo
ou já te levam balas de um qualquer inimigo?
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Será que soube dar-te tudo o que querias
ou deixei-me morrer lento no lento morrer dos dias?
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Será que fiz tudo o que podia fazer
ou fui mais um cobarde nao quis ver sofrer?
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Será que lá longe ainda o céu é azul
ou já o negro cinzento confude o norte com o sul?
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Será que a tua pele ainda é macia
ou é a mão que me treme sem ardor nem magia?
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Será que ainda te posso valer
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer?
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Será que é de febre este fogo ?
este grito cruel que da lebre faz lobo ...
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Será que amanha ainda existe para ti
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri?
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Será que lá fora os carros passam ainda
ou estrelas cairam e qualquer sorte é bem vinda?
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Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes ?
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Será que o sol se põe do lado do mar
ou a luz que me agarra é sombra de luar?
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Será que as casas cantam e as pedras do chão
ou calou-se a montanha rendeu-se o vulcão?
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Será que sabes que hoje é domingo
ou os dias nao passam são anjos caindo?
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Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir?
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Será que sabes que te trago na voz
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós?
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Será que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite não quer acabar?
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Será que sentes esta mão que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra?
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Será que consegues ouvir-me dizer que te Amo
tanto quanto outro dia qualquer?
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Eu sei que tu estarás sempre por mim...
não há noite sem dia nem dia sem fim.
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Eu sei que me queres e me Amas também,
me desejas agora como nunca ninguém...
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Não partas então...
não me deixes sozinho...
vou beijar o teu chão e chorar o caminho.
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Será?...
Será?...
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Sem muitas palavras...


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...dizer tudo numa frase pequenina.

*é um sonho, não é?

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Encontros sem despedida

Há quem chegue sem saber
Há os que chegam para partir
Há quem nunca chegue
Há quem não queira nunca ir
Há encontros sem saber
E há despedidas por abrir
Que quando não partimos
O difícil é chegar
Se o ficar é não querer ir
E é o querer ficar
Se eu te não encontrar
Isso é despedir
Porque te encontrei
Eu não quero mais partir

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Delírio

Deambulava-se pela casa, perdida num dos corredores escuros de cinza caída. Era de noite, sempre de noite que no peito as palavras amarradas, presas, asfixiadas em dor, se escapavam no seu jeito perdido de andar passos fora, de braços frios que baloiçavam caídos, nus, à procura… à procura… à procura… e os lábios silenciosos de palavras fechadas, mexiam-se, agitavam-se perdidamente loucos por um beijo… que sabiam… já não encontrar…
Os pés descalços pisavam os sonhos que o olhar baixo deixava cair… e era nesta dança feroz e meiga que se agitava a noite, em tons cinza, perdidamente à procura do nada. À procura de tudo. Enquanto pensasse na loucura não enlouquecia, deixava só o corpo sair… Noite de cinza e nada, de lábios tremidos, agitados e só um chão para pisar, e cair.

domingo, 19 de outubro de 2008

Em desalinho ...

. .
As palavras em desalinho teimam em não assentar, murmuram, segredam e fogem perdidas tão perto de mim. Dizem, mesmo a chorar que os dias assim não têm lugar, e depois anoitece...

sábado, 18 de outubro de 2008

Ele há coisas...

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À conversa com um colega, ele dizia-me:
- Foi giro o jantar ontem… mas estava lá uma amiga da A. que eu nunca tinha visto e não vais acreditar Clarice, no meio de uma conversa sobre férias, alguém referiu o gosto em ler e a senhora acrescentou:

-Odeio livros, quero dizer acho-os bonitos mas não leio.
Fez-se silêncio… mas o pior veio a seguir, quando ela disse:
-Eu gostava mesmo era de escrever um best-seller.


*já disse ao meu colega: cuidado com as companhias… olha as drogas, e os diabetes, e não atravesses a estrada sem ser na passadeira, e nada de sair à noite

**ele há coisas!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Traduzir-me

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Os poetas dizem-me tantas vezes nos seus poemas, o que eu sinto e não sei dizer...
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Hoje vou ouvir vezes sem fim na voz de Adriana Calcanhotto o lindíssimo poema de Fernando Goulart, "Traduzir-se".



hoje vou traduzir-me assim...

..Traduzir-se
(Fernando Goulart)

Uma parte de mim
É todo o mundo
Outra parte
Fundo sem fundo

Uma parte de mim
É multidão
Outra parte é estranheza
E solidão

Uma parte de mim
Pesa e pondera
Outra parte
Delira

Uma parte de mim
Almoça e janta
Outra parte
Se espanta

Uma parte de mim
É permanente
Outra parte se sabe
De repente

Uma parte de mim
É só vertigem
Outra parte
Linguagem

Traduzir uma parte
Na outra parte
Que é uma questão
De vida ou morte
Será arte?
Será arte?
Será arte?
Será arte?

Cais


Abraçar, pode ser... chegar !

E partir... ?

E nós?

Fios de ferro
entrelaçados e nós
o que sabemos nós?
em cada lugar
ou no espaço
é o tempo
sem traço
que marca
sentidos, rumos
esmagados
perdidos de medo
cobertos de pó
sem luz
no breu
num só lençol
e de olhos fechados
achados
juntos
entrelaçados…

...e nós?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

chegou hoje!


chegou! vou encontrar no tempo, tempo para o ler...
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*a capa é linda, e pelo cheiro... temos livro!



Braço de ferro

Sentir / Pensar

*como uma qualquer luta, não cuida de nós...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Nas mãos segurava os sonhos...


Nas mãos segurava os sonhos, em ramos, desejos eternos. Nos lábios a cor do amor, sorria e só sabia que sim. Que sim. Não eram sonhos em folhas de lata, eram flores nas mãos de uma menina, era a vida toda ali.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Não querem ficar juntas

As...........................................................

.................................................................palavras

......................não


................................................................querem

ficar

......................................... juntas


.....................e



.............................................................................. por



...............................isso



parecem

........................................................tão


desarrumadas.




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*será que há sempre uma linha para juntar palavras? ou é ilusão?


segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Cai a noite





Cai a noite num pingo
fria e nua

eu nem sei bem
se são estrelas no mesmo céu
ou se é o medo que se insinua


sei que o vazio no corpo gélido
e os pés pousados no chão
são a voz

silenciosa
na escuridão

Basta um gesto, um sopro...

Quando leio um livro também escrevo. Num bloco de capa preta transcrevo excertos que me surpreendem e que mesmo tirados do contexto onde vivem, fazem sentido, pelo menos para mim.
Acontece-me quase sempre. Aconteceu-me este verão com “Uma questão de Beleza” livro de Zadie Smith, uma mulher que escreve “de dentro”, que veio para ficar nas minhas escolhas literárias. “Dentes Brancos” já está encomendado, vem por isso a caminho e o meu livro de capa preta já marca a linha onde por certo mais palavras vão pousar.

*depois de ter lido este livro constatei que tenho imensa sorte na minha vida, tenho amigos muito, muito bonitos.

**a beleza é uma outra coisa diferente daquilo que se vê. Mais do que o nosso corpo, a sua forma, o seu tamanho, é o nosso “jeito” de "andar".
Basta um gesto, um sopro …

domingo, 12 de outubro de 2008

O corpo a dizer

Nem sempre há palavras.
Esta noite não há palavras.

Hoje só quero o que Mats Ek (o meu coreografo preferido) desenhou para Siylvie Guillem dançar. Smok, com a lindíssima música de Arvo Part.

É o corpo a dizer, no movimento desenhado pela música.



.............................É o corpo a dizer...

sábado, 11 de outubro de 2008

Sábados sem sol

Casa + arrumações + música + tpc com filhos + leituras + contas actualizadas + compras de volumes maiores, tipo garrafões de água... + chocolate ...= sábados sem sol !

*até gosto destes dias caseiros... não fosse a alma estar com um espírito assim para o estranho!
**adoro esta música, To America!

Do mar

Olhar assim do mar

e não perceber

o que dizem no desfazer

as ondas sem acordar

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Para ti, Dani!

É assim... como um rio sempre a correr, com as nossas vontades, desejos, com os desenhos que fazemos, imaginamos, mas... é sempre a vida que corre como um rio!

*um beijinho do tamanho do mundo
**e mais outro

Até às paredes confesso


ADORO!

AMO!

.

Até às paredes confesso, esta é uma das minhas perdições, Haagen Dazs, doce de leite. Abrindo-se a tampa é desgraça certa. E nada de desculpas que está calor e que até ia um geladinho… nada disso, de inverno e tudo tenho encontro marcado. Querem aparecer também?

Cada cor o amor

Despiu as cores que trazia ao pescoço. Pousou os sonhos numa pedra. Era tempo de olhar com distância. Os caminhos não eram por aqui, nem o mar estava por perto. Com os pés descalços sentiu agora mais do que nunca o inverno chegar. Cada pedra uma palavra. Cada cor o amor. O fio em laço, queria unir, juntar… lembrava então os sonhos que outrora deitados no seu peito, roçavam a outra alma. A outra alma que ouvia. A outra alma. Aquela que um dia se fundira na sua. Uma alma só, tocada por cada pedra do seu colar, agora num sono profundo a não querer mais acordar.

Vou continuar assim...

Procurei desesperadamente uma música... mas em todas me aparecia uma ou duas palavras que não faziam sentido agora... Não faziam sentido. Não faziam sentido. Vou continuar assim...com este piano que teimo em ouvir para mim.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Não!

.

Sim, claro
.
claro
.
claro que sim!

Claro

sim
.
claro que sim
.
Sim, sim.


.

Espantar...

... ti…lin…tando!
.
.
*faz música lá fora, são as conchas do mar. Ouves?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ternura...

…quando descobrimos em nós um lado que se molda, que se enrola… que nos quer proteger do frio e da chuva e das palavras molhadas, ouvidas agora em silêncio.


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Abrir um livro...

…e começar de novo, mesmo na ilusão, no branco, na luz, devagar... no cheiro, silenciosamente... desfolhando, tocando cada palavra, pousando o livro devagar, dizendo nos lábios baixinho, muito baixinho as palavras sem fim… pousar sentidos, sorrir com eles, lembrar... adivinhar, aqui, ali, em mim, morrer, sonhar… desfolhar sempre, mesmo que na ilusão... e viver, viver, viver…


*o que damos a cada livro que lemos. E isso sim, é ler…

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Pai

Era uma vez os Peralta e os Pereira. Duas famílias que viviam em duas colinas vizinhas e que disputavam uma terceira colina de um lugar imaginado. Uma história inventada, contada e cantada em Brasileiro, pela voz do meu pai e que lembro desde sempre. Acho que ainda não falava e já ouvia esta história … acho que ainda não falava e os meus olhos e os dos meus irmãos já se “prendiam” a esta e outras histórias contadas, cantadas, inventadas… acho que ainda não falava e já o ouvia pela casa, dizer: “As armas e os Barões assinalados, que da Ocidental praia Lusitana, por mares nunca antes navegados…”, ou docemente dizer : O Menino da sua Mãe, “No plaino abandonado que a morna brisa aquece, de balas trespassado, duas de lado a lado…”. Camões e Pessoa chegaram pela voz do meu Pai, como a música, a companhia, as brincadeiras nos lugares menos esperados e desejados, o prazer em conduzir (para mim de noite também),e o enorme sentido de humor que rompia no meio da conversa mais séria do mundo. Desarmava quem estava por perto, e até a pessoa mais "cinzenta" acabava por rir. Tudo vinha de dentro e acreditava incondicionalmente no amor. Os livros eram uma das suas paixóes e ler o seu reflexo. Partiu mais cedo do que esperávamos. Não esperávamos nunca. Hoje era dia de jantar em família para comemorar o seu aniversário, hoje lembro mais do que nunca o Pai que sempre vai existir na minha vida, nos nossos amigos (que são muitos e bons, felizmente), nos meus filhos (a quem contou tantas historias também), nos lugares, nas convicções, no amor… O meu Pai!Hoje toca o violoncelo arrumado no canto da sala.Hoje toca uma saudade do tamanho do mundo. Hoje toca a lembrança doce de um sorriso aberto quando a casa se enchia de amigos. Este era o lugar preferido do meu Pai: a nossa casa cheia!


*Escrevi este texto no dia 1 de Julho de 2008.

**Os amigos docemente lá vão percebendo as “marés” resultantes desta ausência…A maior perda, que tive até hoje, na minha vida.

**Faz hoje sete meses que partiste, pai. E de onde estiveres estas palavras são para ti.

domingo, 5 de outubro de 2008

Deitar...

...num lugar vazio as palavras mais crúeis!

sábado, 4 de outubro de 2008

Fujo

Nem o vento a tocar-me no rosto me diz, nem num sopro gelado que sim… fujo apressadamente, e não quero saber o que o vento tem a dizer de mim…

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O meu piano

Tu escreves assim

As ..........palavras..........podem.........ser..........como.
.
........teclas........de..........um.......piano
.
...espaçadas.......pretas.........e......brancas,.....,.

.e ........quando...tocadas......pela ..,..alma........

escreverem......doces..e.. intensas .....melodias.............

As.......palavras.......têm.......música.....

e.....tu........escreves....assim.........!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

E se ...

... este blogue hoje voasse?

Um dia de sonho ...

... como um presente.

Ouves? abraçar as estrelas e chegar aí? sentes? o céu iluminado agora... olha, é para ti!


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Acordar


Hoje quero ser mais radical
quero as palavras a preto e branco
e de todas as cores
quero tamanhos diferentes
e formas de feitios desiguais
quero tempos de ontem
quero actuais
quero o vento todo
soprar
agitar
e mexer no céu
quero a chuva
e quero o sol
e nas estrelas
encontrar
e não perder
o fio
rumo
o caminho
certo ou incerto
eu quero ir e ficar
quero as palavras de amar
mas não quero só palavras
eu não quero
eu quero
sem cores
dizer odores
aproximar
e não deixar
ou deixar
e sonhar
mas não só
acordar