sábado, 28 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A voz eterna de Maria Betânia


"Onde Estará O Meu Amor" de Chico César, aqui cantado por Maria Betânia.

Falta um dia!

Nada

Não consigo agora escrever-te
nem sequer um poema
não consigo hoje dizer-te uma palavra
por mais pequena
e não consigo sentar-me ao teu lado
não consigo olhar-te de frente
nem sequer de olhos cerrados
não consigo dizer-te tudo

nem sequer aos bocados
nem palavras vazias
não consigo esperar-te
nem sequer desejar-te
não consigo imaginar
quanto mais sonhar

ou sequer lembrar
não consigo nada

escrever também é partir
e dizer nada
é também

querer
fugir

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lá fora...


...onde o sol mora e eu me demoro... no olhar...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Há estrelas ...


... entre mim e o céu ...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Correr... devagar...


pode ser um passo
com calma
apressado
em direcção
ao amor
e pode ser para sempre
chegar
e não saber
que estamos a dois passos
e que dois passos
são viver
e é a vontade de saber
e depois correr
devagar
poder ser chegar

a ti
a mim
onde estás tu
e eu
assim

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Contigo

Acordou mais tarde, deixou que a noite se prolongasse pela manhã, adiava sentar-se na mesa para escrever… inventou mudar os lugares da casa, despiu-se e vestiu-se sem querer, bebeu mais cafés do que o habitual, preparou o almoço mesmo sabendo que para além dela ninguém viria almoçar… abriu todas as janelas da casa, sacudiu as roupas dobradas, penteou os cabelos molhados saídos de um banho mais demorado, olhou para os quadros pendurados nas paredes do corredor, que naquela manhã mais do que em qualquer outro dia, lhe pareciam agora pintados de outras cores… sabia que o dia caminhava para o fim e tinha que escrever sobre a sua decisão. E sabia que se adiasse mais uma vez, a sua vida não mudaria nunca, e isso era o que já tinha decidido não vir a acontecer… sabia acima de tudo que adiar era ficar, e ir era a decisão. Sentou-se na secretária, ligou o seu computador e escreveu o endereço do destinatário. Faltava agora o texto, corpo da sua vontade… “Chego no dia dezanove. Está muito frio em Roma?”

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Espreitar

... pode ser ir... mais longe...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Mesmo sem te tocar

Dei-te a minha mão, mesmo sem te tocar… e foram os nossos passos juntos, despidos… agora, fecho os teus olhos com os meus dedos, e deixo que seja uma noite inteira a adivinhar, o que as nossas palavras ainda irão acordar…
.
*pois é... o Piano voltou para se ouvir. Há coisas assim...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Entretanto

Entretanto pode ser assim
as ondas do mar
o cheiro a sal
e um dia inteiro ainda por adivinhar

e nada mais do que entretanto
pois pode o medo afugentar

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Pós de perlimpimpim


…quando palavras salpicadas de magia… transformam a noite em dia…

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A caminho do mar



Num traço de chão
os meus pés a andar
cada pedaço pisado
é a caminho do mar

e é perto da água transparente
reflexos de sons a pingar
e é tudo isto que se pressente
na voz imensa do mar


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Moleskine

A casa das minhas palavras… soltas, fugidas, assustadas, amadas, secretas, divertidas, zangadas, tristes, acompanhadas, seguidas e guiadas, entrelaçadas… os riscos, traços, caminhos, enlaços, dizeres azedos, meigos e inventados, risos e prantos de choro, repetições, repetições, repetições… planos e maços de folhas seguidas sem ordem, sem tempo, com história… recantos e sonhos, recados, pedidos, declarações… sem fim… desfeitos tormentos, segmentos de linhas enfeitadas... onde pousam? na casa das minhas palavras.

* os elásticos seguram o que não quero deixar fugir…
.
** há uma fita de cetim a marcar o que mais gosto…
.
*** tudo isto faz da escrita e de mim, uma outra coisa…

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tentação

Gosto de me deitar tarde, se gosto! E também sei que levantar cedo faz tão bem… no meu caso tem que ser, é essa a verdade! Mas acho uma tortura apagar a luz a contar as (poucas) horas de sono que me restam. E mais, o som do despertador a tocar, produz em mim sempre a mesma ideia: “não vás hoje trabalhar, não vás hoje trabalhar, não vás hoje trabalhar”. Um dia, juro que vou dar ouvidos ao que este toque me pede, e eu tanto contrario.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Momento






















Pode ser ali
à hora certa
marcada
ou atrasada
pode ser na rua
ou fora dela
sem aviso
sem retorno
mas é nesse
momento
doce
distante
perto
quase a clarear
que chega
sem medo
o momento
de encontrar

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Águas de Março em Fevereiro

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
é um resto de mato na luz da manhã
são as água de Março fechando o verão
é a promessa de vida no teu coração

*gosto tanto deste par!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Opção


Agora apetece-me assim, só ouve música aqui, quem quiser ouvir… acontece-me com bastante frequência entrar num blogue e ir a correr silencia-lo, ou porque não me identifico com o que lá se ouve, ou simplesmente porque me perco… tropeçando de seguida no que por lá se diz…
É a minha escolha que toca aqui ao lado, mas ouvi-la deixa de ser condição.

*Menos um risco que corro: “já não a posso ouvir”, à música, claro!

Sombra

Mesmo de olhos fechados
mesmo sem os abrir
eu vejo que és tu

quando nasce uma outra manhã por descobrir

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Banho


Foi lá, debaixo de água que escolheu chorar… o som que embrulhava a tristeza, lavava agora as lembranças daquele dia. E a água escorria, quente e fria, e era tudo o que ela mais queria. Lavar a alma por fora, pedindo ao corpo que deixasse de sentir, por dentro… ficou horas assim... juntando lágrimas e água, na ilusão eterna que o sofrimento tem fim.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Quando o blogue toca

.
Posso pedir a música?
Sim, e depois diz a frase.
A música que eu gostava de ouvir aqui... O Piano.
Agora a frase...



*... a frase é ...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Em pedaços...



Com traços
largos
finos
apurados
esmerados
errados
certos
tortos
tropos
certeiros
verdadeiros
infinitos...
beijos
longínquos
distantes
tocados
e doces
meigos
e tudo
branco
e preto

onde te encontro
onde te prometo

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Eu fui!

Xutos & Pontapés

Sintra, 7 de Fevereiro de 2009

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Sem destino

Os dias eram passados assim, na rua, sem destino… percorria a cidade inteira, espreitava cada beco, olhava cada sombra caída no chão e seguia-lhe desenfreadamente o rasto. Sem destino, procurava o que jamais saberia querer encontrar… tinha deixado fechado a sete chaves uma vida inteira de encontros desfeitos, que agora jamais fazia sentido lembrar. Por isso, com passos largos pressentia uma forte e imortal possibilidade de um dia, num beco qualquer, voltar a encontrar-se… perdido, seguia rua fora…

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Agora, é assim...


.
enfim
um outro tom

que diz agora
e pousa em mim
e há na pele
um tom mais forte
calor intenso
e é assim

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Depois do sol se deitar


.
É esse o momento
em que me vês chegar
minuto exacto
desejo...
deixo a beira do mar
e perto de ti
são agora as mãos, o olhar
a pedido dos teus olhos, para eu ficar
e é para sempre… depois do sol se deitar…


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Daqui...

… tão perto do céu...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Espreito

Espreito
suspiro
quase me assusto…
mesmo sabendo
que é um olhar
e depois
este chão por pisar

há um caminho
desejo
de andar
há um longe
tão perto
que sinto a virar
e há vida enquanto eu quiser
e há sonho enquanto eu puder

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"Eu sou calceteiro"


Às vezes, somos levados a crer que algo de extraordinariamente incrível se está a passar nas nossas vidas… mas com o tempo (às vezes tão reconciliador… outras vezes nem por isso…) percebemos que afinal é tudo normal, tudo normal…
Cada um de nós, a seu tempo, acaba por colocar as pedrinhas na calçada… normal, tudo normal…

domingo, 1 de fevereiro de 2009

No instante imediato de um sinal...


É quando chegas… no instante imediato de um sinal… é quando os meus olhos alcançam… o desejo de tocar as palavras como se fossem as tuas mãos. E depois somos aquilo que as palavras disserem, ou se quisermos, uma ponte por inventar… e o pressentimento dos nossos dedos e das nossas mãos, a quererem-se tocar…