As escolhas eram menos, talvez maiores. Dizia o meu pai: espera, não carregues já no segundo botão que ainda está a aquecer. Tínhamos uma antena em cima da televisão. Nunca estava no mesmo lugar. Um dia partiu-se e veio outra maior e mais bonita, mas nem por isso mais quieta. Daquele lado a imagem fica melhor. Agora para o outro lado. Às vezes para lado nenhum. Na agenda dos telefones da minha mãe havia uma página dedicada aos arranjos que tinha escrito em maiúsculas, "SENHOR DA TELEVISÃO". Lá vinha o "salvador" de mala na mão, desaparafusar a carapaça enorme da minha querida televisão que mais parecia uma tartaruga. São as válvulas. E eram. Era o hino com a bandeira ao vento e horas de deitar. Eram os festivais da canção com os amigos chegados de Moçambique. Sem comando... e com tanto à nossa volta.
Mesmo de noite, onde a luz das palavras pode revelar ou o olhar pode dizer e depois amanhecer, clarear...
quinta-feira, 23 de junho de 2016
sexta-feira, 17 de junho de 2016
segunda-feira, 6 de junho de 2016
E enquanto não nasce o dia ...
… a noite adormece assim
com reflexos de vidro
escritos numa parede em branco
como se fosse folha de papel
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