segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pedaços de nós



Temos bocados de assombro
e outros pedaços em flor
mas não somos aos bocados
por não sermos o amor
.
há recortes de nós...
espalhados
estilhaçados
maltratados
ou por plantar...
.
há pedaços de nós esquecidos
no medo de olhar...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Revelação

... quando pressinto os teus passos ...
mudos ...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sei que não vou por aí

*... ao ler por aqui...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nada ficou no lugar

... nem a alma
nem o corpo
nem a voz
nem os livros
nem a melodia
nem a luz
do dia
nem o vento
que me despenteou
nem o breu
nem a cidade
quanto mais eu...
.
talvez seja a vida assim
um lugar por arrumar
e seja afinal uma ilusão
pensar que viver, é encontrar...


segunda-feira, 24 de maio de 2010

O que será que será ...

... o que não tem certeza nem nunca terá ...


o que será...

domingo, 23 de maio de 2010

Oh, pedaço de mim


... metade de mim é... o que nem sempre será ...
a vida pode ser revelação...
no canto de metades inteiras se faz uma nova canção ...


sábado, 22 de maio de 2010

Só sei que o mundo vai de lá para cá

... andando por ali por acolá ...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Olha, será que ela é moça...

Fico assim a pensar nos dias... ao sabor deste calor. Sentada nesta cadeira onde baloiço a minha alma, oiço os passos neste chão de madeira. Eles falam comigo sempre. Mas só quando quero é que lhes sinto a voz. E hoje quero. Escuto-os como se ouvisse palavras assim pela primeira vez. De mim, para mim. Falo a sós com a voz. E não é que estou a gostar muito do que oiço...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Olhos nos olhos

... olhar-me
pela janela
e descobrir lá fora
outro pedaço de mim...
transpor as vidraças
perder-me nas sombras
na rua
ao sol
entrar num jardim
colher nos meus olhos
ramos de alecrim
vestir-me de vento
despir-me de mim
e depois
se eu voltar...
respirar
olhos nos olhos
respirar...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

E agora...

... não me feches assim os olhos com as tuas mãos
que eu cego sem ver o caminho que trago nos dedos
mas que guardo no coração
.
... sem os meus olhos na outra margem ...

que areia é essa que trago nos pés
sobre a ponte movediça de uma miragem
.
Que pele é essa a minha
que ainda teima em vestir-se na tua ...
e que vive... como vive a cantar uma canção ...
.
e agora ...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vou fazer um poema...

Vou fazer um poema
para mim
secreto
sem letras
nem afecto

um poema fechado
com linhas
pequeno
e soletrado
vou deixar um espaço em branco
.
e mais outro
.
e depois espreitar...
até jurar não escrever
ou escrever sem jurar


domingo, 9 de maio de 2010

sábado, 8 de maio de 2010

Fora de água

... sonhos suspensos ... presos no olhar ...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Naufragar

Nos meus sonhos ainda mora a viagem que nunca pensei viver. Passeio pelo convés vazio... silencioso e quente... espreito a terra que os meus cabelos ao vento conseguem avistar. Ponho o braço de fora e mergulho a minha mão no mar... e fico assim quieta... provo o sal dos meus dedos e sinto agora que o rumo de uma viagem assim, não é feito de mar... afinal não é...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

domingo, 2 de maio de 2010

Noite


Trouxe-o no olhar
e sentei-o na nuvem mais bonita
não sei se foi o lugar
que o fez para sempre...
ou se fui eu que não sabia
.
pode o céu agora estremecer
é que chegou a noite...
e eu vou anoitecer
mesmo que seja dia



sábado, 1 de maio de 2010

Pedaços de nós

*ainda numa longa " viagem com António Lobo Antunes", de João Céu e Silva