quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

12 Badaladas


Doze
onze
dez
nove
oito
sete
seis
cinco
quatro
três
dois
um ...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cidade

Fixo a linha do teu olhar... e sigo por cima de uma ponte que atravessa o rio largo e azul que nos abraça. É assim esta cidade, a dizer as ruas por onde vamos passear… não vamos de mãos dadas, porque os nossos braços entrelaçados e quietos, aguardam o dia amanhecer…

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Moramos na mesma rua

Atravessei a rua por onde passamos todos os dias, só que hoje olhei infinitamente para cada um dos seus lados… vi a minha vida inteira, a que sonho viver, e mesmo a que temo… os meus passos cruzaram olhares com os passos das outras vidas inteiras… que apesar de morarem nesta mesma rua, parecem às vezes tão distantes… moramos tão perto uns dos outros, e tão raramente prestamos atenção a isso…

* Roubei isto daqui... só espero não acabar mal o ano!!:)

domingo, 27 de dezembro de 2009

Enquanto o lume é chama

Enquanto o lume é chama
perdem-se os dias lá fora
arde o peito gélido
será desgosto... será aurora

sábado, 19 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

É Natal, é Natal!

Num hipermercado perto de mim... em plena secção de brinquedos e jogos... A mãe aparentava, pelas "lindas"* nuances loiras e "elegância"*, não passar dos trinta, o filho não tinha mais que cinco, isso era claro!
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Filho - Oh mãe, não sei...
Mãe - Fábio, pela terceira vez, escolhe por favor uma porcaria qualquer para te darmos no Natal!
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Eu que já tinha pouca vontade de andar naquelas avenidas... dei meia volta, arrumei o cesto que trazia na mão, e voltei para o carro. De regresso a casa olhei para o Palácio da Pena deitado sobre a lindíssima Serra de Sintra, e pensei... há gente provavelmente que nunca teve a sorte de ouvir um conto de fadas... e que talvez nunca tivesse conseguido ter medo do lobo mau...
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Há tanta coisa que falta fazer... para ser Natal!!
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*as palavras, linda e elegância, estão embrulhadas com o mesmo papel ""... Se todos gostássemos do amarelo ...


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Floresta


Corro por entre as sombras a tilintar
que o arvoredo é frágil...
parece noite no bosque
ou quem sabe... o dia por desvendar


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Beleza


...quando as tuas palavras sopradas na minha pele... são pétalas...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Hoje é assim...

... fico a ouvir esta dupla ... e vem à memória a minha querida Elis Regina!!

.

*roubei daqui, e escrevi esta nota a cinzento com a esperança de não ser apanhada...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Caminhando

Então... tu levas-me
rio fora de alcatrão
na tua voz semente
tudo e nós é entoação
ouvimos somar o tempo
adiantamos a pressão
subimos ao topo
guiados por um clarão
embalados pelas palavras
que espreitam à janela
se misturam sussurros
com cheiro a canela
estas viagens de voz
levam os sonhos assim
tocando o vento nas nossas mãos
como se fosse cetim

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O vestido da minha pele

.
O vestido da minha pele
corre contra o vento
sinto um arrepio gélido
em constante desalento


E todas as noites na varanda maior, Maria ficava ao vento... nunca antes pensara que este era um poema escrito para si...
*
E todas as manhãs na mesma cadeira baloiçava as palavras que de noite se tinham deitado nas estrelas... eram manhãs maiores, como a varanda que pisava descalça, sem medo de sentir o chão ranger...
*
Maria era doce de tão amargamente olhar a sul... havia na sua voz a ternura de não saber se o caminho à sua frente era caminho ... nascia o desalento...

domingo, 6 de dezembro de 2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

O que será que será

... que nos faz seguir os sonhos ... sem nos deixar parar ...
... mas outras vezes não ...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Revelação

... deixar uma palavra por dizer ...
e continuar o caminho... tropeçar, sem olhar para o chão ...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cidade

Fixo a linha do teu olhar... e sigo por cima de uma ponte que atravessa o rio largo e azul que nos abraça. É assim esta cidade, a dizer as ruas por onde vamos passear… não vamos de mãos dadas, porque os nossos braços entrelaçados e quietos, aguardam o dia amanhecer…

E cada verso meu

... será ...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Dizem

... e a Dani descobriu! E bem merecia!!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O prometido é devido

Desafiaram-me... raramente apanho barcos assim, é que gosto de outros mares. Mas hoje fui mar dentro e deu nisto:

Eu já tive um "dois cavalos" branquinho.

Eu nunca tirei tantas fotografias como agora.

Eu sei que o mar me acalma, para depois me despertar...(mas até parece que não sei)

Eu quero pisar um chão de madeira, mas descalça...(manias)

Eu sonho cada vez menos vezes, mas mais.

*obrigada mdasol:)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Saltar

... tirar os pés do chão ...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Há nos meus olhos nublados


Há nos meus olhos nublados de água
a sombra que perto impede ver mais longe
sei que é assim
não sabendo sequer… se o longe está em mim

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

domingo, 22 de novembro de 2009

Se eu fechasse os meus olhos agora

Já apaguei as luzes, fechei o gás, deixei os estores a meio, fechei aquela gaveta que fica sempre aberta quando estou por aqui, arrumei os livros que ficam no chão e empilhei os outros que andam na minha mão… tirei a loiça da máquina, reguei as plantas, deixei as portas abertas e as toalhas certas… vou ali e já venho como se fosse partir… há vontades que parecem verdades…

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O que será que será

... "O que não tem certeza nem nunca terá" ...*

*pedacinho da letra de Chico Buarque, que fez nascer esta etiqueta... "O que será que será"

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quando te vejo assim

Quando o mar é chão
e os meus pés transição
pisando as ondas salgadas
nascem correntes de emoção

quando o mar é chão
eu vejo terra para caminhar

quando me vejo assim
ao teu lado... sem medo de naufragar

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Resistir

... segurar a alma com as mãos ...
... e encontrar a dor forte de saber escolher... viver...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Fora de água

... o desejo de ser proa ...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Branda melodia


Há no silêncio das páginas a vida inteira por ler. Cada frase que respiro fecho os olhos para saber… lembro-me de tudo… o que imaginei vir a ser. Há em cada palavra bocados de mim… estás aí sentado, aqui ao meu lado… tens a vida inteira nas tuas mãos… nós não sabíamos tudo, ninguém sabe tudo… nem sequer esta branda melodia de um dia nos juntar… lemos a vida em silêncio, mas se levanto os meus olhos e fixo o mar… fixas as palavras como se quisesses falar… estás aí, aqui ao meu lado…

domingo, 15 de novembro de 2009

Esperança

... frágil certeza ...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Abraço

amarra de pele...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Back

Já aqui esteve no Clarear, esta belíssima prestação de Sylvie Guillem, em Smok, coreografia de Mats Ek com música de Arvo Part. Hoje, escolhi que voltasse...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Melodia de hoje


corre num fio como um rio
cada missanga... um novo dia
corre no sangue agora ardente
esta imensa melodia...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Momento


... duas flores ao peito
...esse é o tempo perfeito...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Numa só linha azul


Escrevi hoje numa só linha azul
que as palavras pousadas na pele
de veludo são feitas de tule

transparentes e suaves
aconchegam o acordar
cobrem o chão e os olhos
para se dizerem como as aves a voar

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Céu pouco nublado ou limpo

pode sim
cada gesto teu
ser o sol
e serem as nuvens ausentes
apenas isso
nuvens voadas...
e serem os pingos delas
novas caminhadas
pode sim
cada gesto teu
ser um gesto novo para mim


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Passeio nocturno

…levanta-se de noite… bamboleando-se pelos corredores descalça… vê que as janelas sem persianas corridas, deixam a luz dos candeeiros entrar... e deixam que a lua ilumine os seus pés e o chão, por onde vai andar… de noite…
... depois espreita pelos vidros... depois abre as janelas... sente então a brisa da noite, suave e intensa... aquela que irá acordar o dia, para nascer... para nascer...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Vontade

...sede que nos desperta...
num rio ali... ou num mar que nos liberta...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

No brilho dos cristais


Há um brilho imenso
no tempo da espera
e há uma frágil delicadeza
quando a noite impera

há um som mais suave
de palavras arrastadas
recantos mantidos
de longas fachadas

de mãos entrelaçadas
fragilidade audaz
de uma força maior
de se ser capaz

há tremores seguidos
há esperanças espaçadas
há na voz gemidos
de vidas destapadas

um tom mais escuro
no brilho dos cristais
que pressentir os teus pés
é o som dos pardais

e no toque das vozes
a luz no olhar
como se fossemos vitrais
de tudo por inventar

domingo, 25 de outubro de 2009

sábado, 24 de outubro de 2009

Introspecção

Podem os passos ser maiores assim… olhados assim…
... ou perderem-se... por não se encontrarem...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pressentimento

…há um tom mais forte a dizer
… pintado de fresco ou ainda por nascer...


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fora de água

... sinto o ar que respiro ...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Aguaceiro

.
há uma chuva imensa dentro de mim…
e que faz nascer, e tem cheiro de alecrim…

.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Nem só


Nem o sopro do vento
Nem a luz lá de fora
Nem as mãos a tocar
Nem os passos sem demora
Nem o assombro a voar
Nem a sombra do vento
Nem a chuva a cair
Nem a terra a planar
Nem as folhas nas árvores
Nem o som a desfolhar
Nem o cimo da serra
Nem o vidro a brilhar
Nem o ranger da porta
Nem a névoa parada
Nem a nuvem tapada
Nem o portão aberto para eu entrar
Nem só… mais um dia de pedra para eu me lembrar

Nem só…

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mais perto

Há uma voz mais perto
que embrulha o coração
e há uma lição inteira
a desembrulhar esta canção

há no meu olhar, murmúrio e agitação…


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Quase


…pedaço que se olha como se fosse a vida inteira…

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fragilidade



Momento…
transparente
e real
gesto suave
que teima
em ser de cristal...

.
instante alucinado
e pequeno
claro
irreal...
quando nos olhos
e no peito
perdura um tremor quase mortal

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nós dois

Esperámos tanto tempo por este nosso lugar… sim estamos aqui, mesmo sem saber ainda como tudo aconteceu. Tu e eu, lado a lado, sentados aqui... Vês, os meus olhos castanhos sempre adivinharam o escuro dos teus, e tu por um triz não acreditavas… Viemos de tão longe e nem sabíamos que a única razão éramos nós. Tu de lá, eu dali… chegou agora o momento de estarmos os dois, assim…

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Isto ou aquilo

escolhas... amor... passos... opcções... vontades... quereres... sentiementos... razões... amor... decisões... intenções... amor... escolhas... prazeres... identificações... empatia... amizade... escolhas... sentimentos... razões... amor... vontades... decisões... razões... amor... quereres... opcções... passos... vontades... quereres... sentimentos... amor... amor... amor... amor... amor... amor... amor... amor... amor... amor... amor... amor... amor... ... ...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Sombra vizinha

Abri o livro, sentei-me na cadeira, olhei o mar e recomecei a leitura na página marcada… tentei, porque na verdade não consegui continuar a ler, mas a fingir que lia. E o motivo de tal fingimento prendia-se apenas com a conversa da sombra vizinha. Eram quatro no toldo do lado... pai, mãe e dois filhos. A mãe de pinça na mão tentava desenfreadamente arrancar um pêlo que tinha no queixo, e pareceu-me assim de soslaio que não seria o único. Já havia matéria que chegasse para que a minha leitura não prosseguisse com a devida paz… mas a coisa não se ficou por aqui. Perante a dificuldade em extrair o dito cujo, quis o pai tentar… a mãe no centro da sombra ocupava já uma área considerável, pelo seu tamanho natural, não o da sombra mas sim o da mãe. Nada de atrapalhações… pôs-se o homem de joelhos em frente à mulher e de pinça na mão… não fosse a ajuda falhar, os filhos quiseram ver tudo de perto... assim, um de cada lado, iam relatando os acontecimentos de forma bastante audível, sugerindo gestos novos e posições…
De repente imaginei-me dentro da casa destes vizinhos de toldo, esta cena íntima podia perfeitamente estar a ser vivida numa cozinha… (há cozinhas onde acontece de tudo)… imaginei uma mesa de jantar ainda por levantar, com ossos de frango e batatinhas fritas, minis com as caricas pela toalha a enfeitar, bocados de pão com as marcas dos dentes de cada um dos quatro, um televisor ligado com som alto no intuito de incentivar o “berro”, e a partilha física destas experiencias em família… sobre chão de mosaico e não de areia como era o caso.
Levantei-me, arrumei as memórias que tinha nas mãos dentro do meu saco, e fui até à beira mar… pensei nestas imagens anteriores... quantas vezes sem nos apercebermos, em dois segundos podemos entrar na casa dos outros sem pedir licença, e sem ser convidados…

sábado, 3 de outubro de 2009

Fora de água


...aos teus pés eu confesso...
...que há mar revolto em mim...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Hoje


beijo-te
com as minha palavras escritas
quando me abraças em sombras de papel

beijo-te
com as linhas que traço em ti
quando te deitas na minha pele

beijo-te ainda mais por ser hoje
e beijo-te
porque cada manhã… é hoje e mel

quarta-feira, 30 de setembro de 2009