terça-feira, 21 de abril de 2009

Na vida é também QUASE assim (parte II)

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Há palavras que nascem em nós como se fossem cordas… resistentes, fortes... e outras que saem de nós como se fossem elásticos...

8 comentários:

Guida Palhota disse...

Olha, as minhas devem ser elásticos perfeitos. E nada mais do que isso.
Eu bem tento esticá-las, mas elas não chegam lá e voltam para mim sem novidades. Irra!

Clarice disse...

Quem te disse?:) Aqui chegam todas, as tuas palavras e ficam por cá, e são bem, muito bem admiradas! O silêncio pode valer ouro...

*gostei, do "Irra!":)

Sérgio Aires disse...

"Não se pode falar do silêncio como se fala da neve. O silêncio é a profunda noite secreta do mundo. E não se pode falar do silêncio como se fala da neve: sentiu o silêncio dessas noites? Quem ouviu não diz. Há uma maçonaria do silêncio que consiste em não falar dele e de adorá-lo sem palavras."

Clarice Lispector

Guida Palhota disse...

Como não possuo competências de adivinhação (e ainda bem), do silêncio posso inferir tudo o que me vier à real gana.
O silêncio só é de ouro, para mim, quando estou cansada do barulho. Mas eu ando cansada mesmo é do raio do silêncio!
Que tenho eu a ganhar com o que os outros ficam a pensar de mim ou das minhas palavras (por bom que seja), se não mo transmitem?!
A verdade é que tenho quase sempre retorno para dar às palavras dos outros e, em algumas vezes em que ele não surge naturalmente, procuro-o.
A verdade é que, quando eu não "digo" nada, quero dizer que não me identifico muito com aquilo que até poderá inspirar outros...
E a verdade é que eu estou a revelar isto e quem ler vai ficar a saber o que significam os meus silêncios e não tem direito a mais nada. Mas eu, a quem são votados muitos silêncios (livremente "expressos", obviamente), tenho o direito de interpretat os silêncios dos outros como entender. E se acharem que estou enganada, expliquem-se.
Aprendi que a "falar" é que a gente se entende. Não sei é se será "tudo" bruxo à minha volta e ando para aqui desgarrada...
Verdade verdadinha é que não escrevo palavras para "ficarem" - em lado nenhum. Escrevo-as para a troca!!!

Lady Godiva disse...

Há palavras resistentes, fortes, poderosas. São aquelas que se gravam em nós para sempre, por nos terem tocado de uma forma especial - sejam elas palavras de bem ou palavras de mal...
Mas (concordo com a Margarida), na era da comunicação, silenciar o efeito que certas palavras produzem em nós é uma enorme pena. Podem até gerar-se grandes equívocos, daqueles que um dia se revelam com palavras más. Perdem-se estas palavras, que inicialmente pareciam fortes, ou então ganham a força do engano e podem fazer perder-se relacionamentos...
O silêncio, nesta acepção da palavra, nunca é de ouro; talvez me incline mais para a borracha do elástico... Sempre a levar na cara!

As palavras não valem o que o seu autor pensa delas; e muito menos o que os outros pensam a propósito.
O que as palavras vão valendo é aquilo que se vai DIZENDO a respeito delas e o que se vai construindo à sua volta, com discussão apaixonada - seja pela tentativa de as perpetuar ou pela outra, a de as derrubar.
Só as palavras comentadas ou ditas e reditas são como cordas, só estas têm existência física; as outras pertencem à metafísica. E eu quero lá saber da metafísica!
Atirem-me mas é uma corda!!!

Clarice disse...

Margarida:

Sim Margarida, do silêncio podemos mesmo, como muito bem dizes “inferir tudo o que nos vier à real gana.” Também entendo, que para ti, o silêncio só seja de ouro, quando estás cansada do barulho, e para mim Às VEZES também é assim interpretado… mas outras vezes (particularmente aqui) é no silêncio que gosto de escutar, por exemplo as tuas palavras… e as de quem vai comentando….

Se quebro o silêncio e apareço, receio muitas vezes influenciar a próxima voz que escolhe por aqui “dizer”. Opções, nada mais do que isso. E ultimamente sabe-me tão bem ficar recostada e saborear as vozes que falam por estas bandas… lá fora, a conversa é outra, e o silêncio profundo e assumido é decididamente não estar, e eu que gosto de estar, com quem gosto, claro!

Para mim Margarida, nem sempre é falta de inspiração não dizer nada num post vizinho (mas percebo o que dizes), às vezes gosto/identifico-me tanto que “entupo”… mas como o que gostamos não “derrete”, acaba por ser fonte de inspiração, nem sempre dita, mas pensada, e muito sentida… esse silêncio que até pode ser muito só é às vezes tão saboroso…

Gosto das tuas palavras! bjs

Guida Palhota disse...

Beijos

NUNO disse...

Já vou muito atrasado no tempo mas quero deixar aqui uma frase do Aldous Huxley que li há muitos anos atrás e que retive: "O silêncio está cheio de sabedoria, assim como um bloco de pedra está cheio de obras de arte...".
Adoro o silêncio, adoro estar em silêncio, partilhar um silêncio... É no silêncio que nos descobrimos melhor; o silêncio só nos assusta porque muitas vezes não queremos ver...