Mesmo de noite, onde a luz das palavras pode revelar ou o olhar pode dizer e depois amanhecer, clarear...
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Em forma de desenho
Estou a escrever sobre amigos... mas sem tempo nenhum. Não é que hoje vou ter um dia daqueles que não acabam ? É grande a vontade em ter um dia diferente! Até tinha pensado pedir à Joan que se sentasse para ouvirmos hoje outra coisa, mas nem isso tive tempo para fazer... o texto sobre os amigos está a nascer cá dentro, em forma de desenho... as letras pousam quase sempre na hora, na hora de dizer.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
= Desejo musical
João Gilberto + Caetano Veloso + Buenos Aires + Ano 2000 = eu queria ter lá estado!
(Acho deliciosa a troca de palavras que antecedem o canto. E é quando se embrulham palavras, voz e sorriso que me desmancho... e neste caso a culpa é do Caetano Veloso!)
*a Joan abriu a porta e o pato voltou a entrar,mas desta vez ela não saiu. Ele, o pato, é que veio em boa companhia. A minha casa está a ficar bem recheada... fiquem para ouvir!
**obrigada Cati, sem ti não havia pato com este recheio todo aqui pousado ...
O meu olhar calado
domingo, 28 de setembro de 2008
Escadaria
Não
.....me
.........apetece
..................descer................................ !.................!!
........................ .esta.. ................ subir
.............................escada.... sequer
.....................................nem
.....me
.........apetece
..................descer................................ !.................!!
........................ .esta.. ................ subir
.............................escada.... sequer
.....................................nem
sábado, 27 de setembro de 2008
Deixar voar ...
É já só o que resta, abrir as mãos fechadas ao vento e deixar voar todas as palavras, sem qualquer lamento.
Deixar ... deixar ... deixar ...
*A Joan voltou.
Deixar ... deixar ... deixar ...
*A Joan voltou.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Tão cara !!!

Passei o corredor das roupas mínimas, (que deixam sempre tantas saudades e a que nunca resisto mexer e olhar), o corredor das camas de grades ( que saudades de os ver dormir como anjos, ou de os ver acordar num sorriso quando esticavam os braços e me pediam colo…) e finalmente cheguei ao meu destino: cadeiras de todos os tamanhos e cores para os meninos viajarem mais seguros…
Feita a escolha lá vou noutra corrida para a caixa efectuar o pagamento. Duas pessoas à minha frente e rapidamente com uma fruta por pesar, uma escola de samba atrás de mim !
Todas as pessoas com coisas na mão e nos carros... deixa cá ver que pego eu, dá cá isso que se parte, põe o miúdo no carro e tira de lá o peixe…
Não sei como em dois minutos apareceu ali aquela multidão. Quando olho para a frente atenta ao estado do “peso”, já passara por mim sem que eu desse por isso a dona da dita fruta, que em sopros seguidos trazia as bananas pelo ar. Acho graça que as pessoas quando correm nestes contextos trazem o saco mais acima do ombro, o que me parece ser um peso acrescido, mas enfim deve dar outra graça à corrida desenfreada, digo eu.
A minha vez:
-Boa tarde.
-Boa tarde, diz o rapazinho engravatado e riscado de azul e branco.
Quando o código de barras da cadeira que escolhi comprar, marca o preço o rapaz abre a boca de espanto e diz:
-Fogo, tão cara! Nunca pensei que uma cadeira destas custasse cento e vinte euros? Puxa, isto é mesmo caro!!!
A fila inteira olhou para mim. Eu corei e por segundos pensei: será que isto é demais???
Fez-se luz e disse ao rapazito:
-Veja lá, se calhar o melhor é eu não levar essa e irmos os dois procurar uma mais barata?!
Responde-me o moço:
-Não deixe ir, mas bolas é “muita” cara!
.
De regresso a casa pensei, será que fiz a pior compra da minha vida ? ou será que aquele rapazito nem cinquenta gramas de fiambre, estará habituado a aviar?
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Felicidade ...
" A felicidade não é uma ilusão, porque há pequenas felicidades que podem ser extraordinárias. Pode-se viver a vida inteira em poucos minutos, e não é uma ilusão."
.
*Augustina Bessa-Luís, Revista Única (desta semana)
*Augustina Bessa-Luís, Revista Única (desta semana)
Chegou para ficar
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Perguntar ...
? ? ? ? ? ? ? ?
? ? ? ? ?
?
? ? ? ? ?
para quê?
para mexer
para chamar
querer saber
porque sim
porque não
para ouvirmos o sim
o sim
que sim
e gostarmos
ou para ouvirmos o não
não
e chorarmos
é para trazer de volta
para empurrar de vez
para cuscar
ou abusar
ousar
é para ficarmos tão perto
juntos
ou para irmos
mais longe
para ficarmos longe
e ligados
unidos
despidos
beijados
nos risos
ou tristes
ou desvairados
aprendemos
nos porquês
o deserto
e a lucidez
tornamos a perguntar
outra vez
e isso só nos vai magoar
mas se não o fizermos
a raiva de perder
é sempre não saber
de ti
onde estás?
terça-feira, 23 de setembro de 2008
De olhos fechados

segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Palavras
No céu procuro as palavras mais doces.
Procuro, procuro, procuro...
No vento abraço-te.
Sentes?
Procuro, procuro, procuro...
No vento abraço-te.
Sentes?
domingo, 21 de setembro de 2008
Chegar aí ...
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Seis velas
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Lá longe ...
… na procura de um outro olhar que nos aproxime...
… nua e fria a distância que nos marca.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Dia deitado

Deitou o dia no peito como se deitasse o mais profundo da sua vida. O dia marcava o que sempre desejara e nunca por isso acreditara que fosse acontecer. Deitou-o na esperança que um breve sono o pudesse acordar de novo. Ali, tinha uma vida inteira para contar. Tinha o que jamais pensou sentir, tinha o amor, aquele que se diz eterno. Mas também tinha o medo, porque de tão perfeito era frágil e transparente, como não o é a vida. Por isso o deitou tão docemente no seu coração onde com ele sonha um dia voltar a acordar.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
The Man I Love

In-I, é a peça com estreia marcada para dia 18 deste mês no National Theatre, em Londres onde até dia 20 de Outubro vai juntar no palco Juliette Binoche (actriz francesa de que sou fã) e Akram Khan (bailarino e coreografo). Os dois artistas vão, segundo li, atirar-se ao desconhecido. Disse a actriz numa entrevista que “Abraçar o medo é a melhor das sensações… é o salto de confiança em relação a outra pessoa”. Binoche vai cantar “The Man I Love” e sobre a hipótese de pensar em seguir carreira nesta área a actriz comentou: “Na verdade canto esta canção no Teatro Nacional. Mas não sei. Apenas penso nos meus filhos. Se me dissessem que não ia ser mais actriz, ficava bem.Não quero estar presa a nada. Mas tenho um desejo, que é conhecer o homem da minha vida.”
E se fossemos até Londres um destes dias? A Juliette ia gostar...
Amor à primeira vista

Amor à primeira “vista”, ou pelo timbre da voz, ou pelas palavras que diz ou que não diz , pela vibração de um instrumento que nos tocou diferente daquela vez, ou por nos trazer alguém… a música sempre a marcar a vida.
“Agora essa não a consigo ouvir”. “Mas porquê, se sempre gostaste tanto?”. “Agora faz-me chorar”. “Mas era a tua música de seres feliz. Era só esta que ouvias os dias inteiros e agora acabou? e era esta que repetias sempre, lembraste?” Não a ponhas por favor, não vou conseguir ouvir. Essa trás aquilo que eu perdi, e vai desmanchar tudo que guardei para ficar. Prefiro não ouvir. Não ouvir mais nada! Porque se ouvir uma música agora, vou lembrar-me de que não consigo ouvir agora aquela música que ouvia, e vou ter que me lembrar…E eu não quero.”
Mas as músicas também nos ouvem de certeza. Não se gosta só de um lado, senão não era música. Guardamos esta relação com as músicas em tantos sítios cá dentro de nós. As músicas são elásticas, elas esticam-se no tempo, no amor e nas perdas, e passam a ocupar lugares tão diferentes. Umas chegam para ficar na primeira fila eternamente, venham perdas ou ganhos, outras são abruptamente empurradas por nós como se déssemos de repente um empurrão a quem estávamos a abraçar … vamos atrás delas como se fosse um jogo, guardamos religiosamente a que nos fez feliz e lembramos de vez em quando outras que um dia andaram mais perto.
Sem música, sem aquela música que eu agora não posso ouvir, eu morreria.
“Agora essa não a consigo ouvir”. “Mas porquê, se sempre gostaste tanto?”. “Agora faz-me chorar”. “Mas era a tua música de seres feliz. Era só esta que ouvias os dias inteiros e agora acabou? e era esta que repetias sempre, lembraste?” Não a ponhas por favor, não vou conseguir ouvir. Essa trás aquilo que eu perdi, e vai desmanchar tudo que guardei para ficar. Prefiro não ouvir. Não ouvir mais nada! Porque se ouvir uma música agora, vou lembrar-me de que não consigo ouvir agora aquela música que ouvia, e vou ter que me lembrar…E eu não quero.”
Mas as músicas também nos ouvem de certeza. Não se gosta só de um lado, senão não era música. Guardamos esta relação com as músicas em tantos sítios cá dentro de nós. As músicas são elásticas, elas esticam-se no tempo, no amor e nas perdas, e passam a ocupar lugares tão diferentes. Umas chegam para ficar na primeira fila eternamente, venham perdas ou ganhos, outras são abruptamente empurradas por nós como se déssemos de repente um empurrão a quem estávamos a abraçar … vamos atrás delas como se fosse um jogo, guardamos religiosamente a que nos fez feliz e lembramos de vez em quando outras que um dia andaram mais perto.
Sem música, sem aquela música que eu agora não posso ouvir, eu morreria.
*a imagem pertence a um dos meus filmes preferidos, Piano.
*as imagens também trazem música...
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
domingo, 14 de setembro de 2008
Ali

É ali, num manto de letras cinza onde pousas em ferro a alma, a tua alma. Privas ao voo que atas, o mais profundo do teu coração. Eu sei amor, há sempre um lado triste a musicar uma canção.
*acendo as velas para ler ...
**Não, isto não se mexe sem mim... eu é que ando desde ontem a virar esta vela de um lado para o outro... ainda não atinei muito bem a formatar estas páginas por aqui. Dias melhores virão!
Elis
sábado, 13 de setembro de 2008
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Marcador

*os livros a marcar a minha vida ...
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
É obra!

O “mundo” entrou na minha escola, isto está um caos! Montes de areia, ferros, betoneiras, pás, vassouras, arames por todo o lado, pregos, martelos … e homens de várias partes do globo, incluindo regiões do nosso grande rectângulo com vista para o Oceano Atlântico. Eles “é” Moldavos, Alentejanos, Visienses, Alfacinhas, Minhotos, Transmontanos, eu sei lá! Mas é melódico, muito mesmo: “menina, ei menina por fabor onde posso ir beber a iágua?” ou então ainda assim: “a maneiras que, boltando à cumbersa” ou, “eu gostar de encontrar umas pá pra varrer isso, istô aqui assi”. Sinto tão verdadeira aquela célebre frase “Vá para fora cá dentro”! Sinto-me a viajar no meio do trabalho, fantástico!!! Mas o que eu queria mesmo contar no meio desta conversa é que gosto destas pessoas que aqui estão há já alguns dias. São delicadas, atenciosas e estão a contribuir para que a minha escola fique linda! Outro dia estava um grupo a almoçar num dos recreios e eu aproximei-me: “Não querem que vos vá arranjar uma mesa e cadeiras para almoçarem sentados?”, eu queria dizer sentados à mesa… olharam todos para mim com um sorriso e um deles … “menina nós estamos sentados, não vê? é servida?”, “não obrigada já fiz o mesmo”. Juro que era rapariga para me sentar naquela mesa, onde a conversa "cantava" fluidamente melódica. Gosto de ouvir estes sons diferentes que as línguas têm. Gosto mesmo. Vou sentir falta quando partirem. Vou lembrar-me sempre do que fizeram.
*a vontade de escrever este texto nasceu da fotografia "Sinais" do meu amigo Yanneck, no Olhar Macro.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Sei de ti
Sei de ti no cheiro que deixaste nas minhas mãos e no olhar profundo e longo dos teus beijos. Dos beijos. Sei de ti por todo o lado e no silêncio cego de não te ver. Só sei de ti por te querer.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Muito Meu Amor !

Foi na feira do livro. Em bicos dos pés espreitei para a barraquinha, sempre gostei muito das barraquinhas da feira do livro apesar da altura, da minha claro. É amor eterno, eu com as barraquinhas. “Diga-me por favor, Noiva Judia do Pedro Paixão, ou Asfixia, tem?”. “Noiva Judia não, Asfixia sim e olhe ele está mesmo aqui, quer lá ir?” Lá fui. Lá estava Pedro Paixão na sombra de um chapéu e com outro na cabeça. Aproximei-me : “Então o seu nome é ?” Ai, fiquei tão contente … estava o Pedro a escrever o meu nome. A minha filha deu-me um toque no braço e sorriu. Acho que naquele momento ela me achou uma coisa fora de serie. E eu também, verdade seja dita. Atrevi-me e disse-lhe:”Gosto muito de o ler, mas os finais são tramados. Ninguém fica com quem gosta, é duro.” Ele olhou para mim : “Sabe?” e disse o meu nome, “a vida é muito dura”, e voltou a repetir o meu nome. Atrevi-me ainda mais e disse-lhe em jeito de brincadeira, mas muito a sério para mim: “ Sabe Pedro? eu mudo as suas histórias e elas ficam como eu acho que ficam bem, tiro alguns “Não” e acrescento alguns “Sim”. Ele sorriu, eu também e a minha filha disse muito espantada: “Tens cá uma lata mãe! O homem a escrever o teu nome todo querido, e tu a dizeres que não gostas dos finais das histórias que ele escreve.” “Sabes minha querida, eu disse o que toda a gente faz quando gosta de uma história, pensa-a cá dentro como a sente,e isso também é ler.”
Vou brincando ...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Até ser manhã ...


Vou deixar esta luz acesa para ti. Só esta, consegues ler assim? Deixa, eu leio no escuro, apaga. Não, eu consigo dormir assim mesmo. E eu quero no meio do sono descobrir-te aqui ao meu lado. Abraça-me. Abraço-te. Vais ler durante a noite? Apaga, não vais conseguir adormecer assim. Vais ler? E quando eu acordar no meio de ti, tu vais ler? Assim não consegues dormir. Tu vais adormecer primeiro, eu sei. Não vou. Tu não sabes tudo. Sabes, eu vou ficar de olhos abertos no escuro das velas que não apaguei, quieta, só para te ver ler. Depois vou olhar-te enquanto dormes e antes de adormecer em ti ... até ser manhã.
Têm cheiro ...
Acontece-me sempre. E comecei a dar melhor por isso ontem "numa fnac perto de mim". Nestes locais de discos, livros, filmes, agendas, café … dirijo-me quase sempre aos sítios por uma ordem que para aqui não calha agora dizer.
Acontece-me sempre … é um prazer e faz parte da minha escolha, e ontem reparei melhor no que faço, por isto: ao aproximar-me de uma das prateleiras de livros peguei num e … não é que no preciso momento em que eu …. , os olhos do lado se fixaram no meu gesto como que a dizer, “mas o que é que ela estará a fazer? é maluca ou quê?”. Ai é, vais ver! Tornei a repetir o acto. E os olhos tornaram a condena-lo, sem saberem o prazer que perdem. Então fui mais longe ainda, pousei o livro que tinha nas mãos peguei noutro abri-o numa página ao acaso, e elevando-o até à cara …. cheirei-o! O homem do lado já não olhou mais para mim, os meus olhos encheram-se de água do esforço que fazia para não me desmanchar a rir à gargalhada ali no meio do silêncio. Percebeu que eu repetira tudo novamente e então pousou o livro na prateleira com gestos lentos, deu meia volta e saiu. Será que ele achou que era a próxima vítima? Ou será que ainda não descobriu o cheiro que os livros têm?
Acontece-me sempre … é um prazer e faz parte da minha escolha, e ontem reparei melhor no que faço, por isto: ao aproximar-me de uma das prateleiras de livros peguei num e … não é que no preciso momento em que eu …. , os olhos do lado se fixaram no meu gesto como que a dizer, “mas o que é que ela estará a fazer? é maluca ou quê?”. Ai é, vais ver! Tornei a repetir o acto. E os olhos tornaram a condena-lo, sem saberem o prazer que perdem. Então fui mais longe ainda, pousei o livro que tinha nas mãos peguei noutro abri-o numa página ao acaso, e elevando-o até à cara …. cheirei-o! O homem do lado já não olhou mais para mim, os meus olhos encheram-se de água do esforço que fazia para não me desmanchar a rir à gargalhada ali no meio do silêncio. Percebeu que eu repetira tudo novamente e então pousou o livro na prateleira com gestos lentos, deu meia volta e saiu. Será que ele achou que era a próxima vítima? Ou será que ainda não descobriu o cheiro que os livros têm?
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Vícios escuros
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Como num jogo

Chego primeiro na voz. Oiço o que dizes e percebo a rua, os carros, os passos, a tua respiração apressada. Percebo a tua voz a tentar ouvir a minha. “Diz, não consigo ouvir-te.” Aproveito e pergunto de outra maneira. Falamos mais tempo, ficamos mais perto, nos risos nervosos, nas palavras que se adivinham … É como uma bola que te lanço e quando seguras, já está de volta em mim: “não, diz tu”. Falamos colados, sobrepostos, nas vozes, as nossas vozes, que como num jogo se tentam tocar.
Com um vestido coberto de flores
Com um vestido coberto de flores enfeito a tua noite, amor. Despes-me com pétalas, na voz em tremor.
Pode ser hoje Primavera, ou outro dia. Ou pode ser quando chegares, ou de noite ou de dia.
Pode ser hoje Primavera, ou outro dia. Ou pode ser quando chegares, ou de noite ou de dia.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Vivo nos teus dedos
Vivo nos teus dedos a tocarem-me, morro nas palavras que não dizes. E tudo isto é vida e morte, silêncio e voz.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Nem uma careta !

Como eu gostava de dizer adeus aos carros que vinham atrás do meu. O meu pai a conduzir e eu e o meu irmão naquele frenesim. "Parem com isso que as pessoas podem distrair-se", dizia a minha mãe. O perigo na altura nem passava por irmos de costas, sem cintos e para bem dizer ao "molho". O perigo era mais moral, parecia mal. Bem, a verdade é que a minha mãe percebia perfeitamente que pelos risinhos, nós não dizíamos só adeus… caretas, línguas de fora, enfim era só rir! Esta brincadeira era válida para viagens curtas e longas, era um ritual e juro que tenho saudades.
Hoje os meus filhos já não vivem esta hilariante experiência, felizmente vão mais seguros mas expostos a outros perigos. É que quando menos se espera a raiva de um condutor leva a que sem mais nem porquê se espete o dedo do meio, e … Toma!
Eu fico “verde”. E para lá de “esverdeada” ainda tenho que responder à pergunta do meu filho: "o que é que o senhor queria, mãe?"
Aos que se revelam dentro de um monte de lata, aos que escrevem anonimamente sobre outros que assinam aquilo que pensam e sentem … a esses, os meus filhos não iriam gostar de dizer adeus, muito menos fazer uma careta!
Hoje os meus filhos já não vivem esta hilariante experiência, felizmente vão mais seguros mas expostos a outros perigos. É que quando menos se espera a raiva de um condutor leva a que sem mais nem porquê se espete o dedo do meio, e … Toma!
Eu fico “verde”. E para lá de “esverdeada” ainda tenho que responder à pergunta do meu filho: "o que é que o senhor queria, mãe?"
Aos que se revelam dentro de um monte de lata, aos que escrevem anonimamente sobre outros que assinam aquilo que pensam e sentem … a esses, os meus filhos não iriam gostar de dizer adeus, muito menos fazer uma careta!
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