sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Têm cheiro ...


Acontece-me sempre. E comecei a dar melhor por isso ontem "numa fnac perto de mim". Nestes locais de discos, livros, filmes, agendas, café … dirijo-me quase sempre aos sítios por uma ordem que para aqui não calha agora dizer.
Acontece-me sempre … é um prazer e faz parte da minha escolha, e ontem reparei melhor no que faço, por isto: ao aproximar-me de uma das prateleiras de livros peguei num e … não é que no preciso momento em que eu …. , os olhos do lado se fixaram no meu gesto como que a dizer, “mas o que é que ela estará a fazer? é maluca ou quê?”. Ai é, vais ver! Tornei a repetir o acto. E os olhos tornaram a condena-lo, sem saberem o prazer que perdem. Então fui mais longe ainda, pousei o livro que tinha nas mãos peguei noutro abri-o numa página ao acaso, e elevando-o até à cara …. cheirei-o! O homem do lado já não olhou mais para mim, os meus olhos encheram-se de água do esforço que fazia para não me desmanchar a rir à gargalhada ali no meio do silêncio. Percebeu que eu repetira tudo novamente e então pousou o livro na prateleira com gestos lentos, deu meia volta e saiu. Será que ele achou que era a próxima vítima? Ou será que ainda não descobriu o cheiro que os livros têm?


3 comentários:

S. disse...

Eu ainda acredito que são os livros que nos descobrem a nós. O cheiro é o seu engodo. Só apanham os que lhes interessam... :)

Clarice disse...

:)

NUNO disse...

Os novos nunca os inspirei mas perco-me com o cheiro dos usados, nos alfarrabistas, um perfume para os sentidos...
Inspiro-os, em silêncio, de olhos semi-cerrados, sempre que me abeiro deles... e sorrio, com o prazer que me proporcionam...