sábado, 31 de janeiro de 2009

É assim...

É assim que te imagino... com os pés na terra e com um mar imenso por detrás. E é também por isso, que a tua imagem nublada… é nítida chegada de alguma paz. E vejo daqui, o teu corpo perto do mar, mas eu sei que pode ser só o amor ainda por iventar...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Era quase noite...

Era quase noite, o dia teimava em não acordar com a chuva que o tapava desde esta manhã. Já não esperava mais nenhum telefonema teu. Despediste-te mais cedo, era assim, sempre que a semana terminava. Subi as escadas e fechei a porta do quarto. Despi o casaco e caí em cima da cama. Sentia o corpo pesado de esperas infinitas... Fechei os olhos, e adormeci profundamente. Acordei completamente gelada, abri os olhos para ver as horas, e quando o meu braço tentava agarrar no relógio que tinha deixado dentro da mala caída no chão ao lado da cama, os meus dedos encontraram uma folha de papel assinada por ti, que dizia: “não me procures mais”.
Eram cinco da manhã, voltei a fechar os olhos, os mesmos, que outrora choravam à noite por ti.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Vou sentar-me numa cor

Vou sentar-me numa cor
vou deixar o meu corpo inteiro repousar
vou deitar-me no meu tom
e vou deixar os meus olhos deitados no teu olhar

e amanhã quando os teus olhos espreitarem os meus
eu serei a cor de um Bom Dia!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

"Melhor do que um "Piano", só dois pianos"...

Há músicas eternas… e cada vez que as ouvimos, é como se fosse sempre a primeira vez…

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Depois

é neste branco das pedras que reflecte agora a luz…
a seguir está o mar… a seguir o olhar…

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Descobrir...

...é como desfolhar
É o acordar
de um olhar adormecido
um espreitar doce
que mexe por dentro
até sossegar

domingo, 25 de janeiro de 2009

Alguma coisa acontece no meu coração...



Gosto das cidades, da vida que têm, de seu ritmo próprio, único, medonho às vezes, outras vezes encantador … ao olhar as janelas das casas, imagino como vivem as pessoas que lá moram… a que cafés vão, o que comem, o que não têm para comer, como se vestem, como se despem, onde dormem, o que as preocupa, o que lhes dá felicidade… imagino as escolhas que podem e não podem fazer... nas ruas apressadas das cidades gosto de parar e ver passar… gosto de fixar os rostos, de seguir os olhares, de ouvir as vozes… as cidades têm cheiro e têm vida e morte. Imagino as cidades antes de lá chegar, e trago-as depois comigo com vontade de voltar… e sempre que isto acontece, acontece alguma coisa no meu coração.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Seis pés

quatro pés a darem um sentido maior ao meu andar...
e a dizerem, que quatro mais dois, é sempre uma conta de somar!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pelo prazer do olhar


Entre o mar
e a terra
entre uma coisa
e outra
podem existir barreiras
ou apenas linhas ordeiras

podemos saltar então
assim devagar?
ir andando no escuro
pelo prazer do olhar…

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Maria Rita

Hoje apetecia-me estar assim, sentadinha, a ouvir esta senhora cantar a noite inteira!

*a primeira vez que a vi ao vivo, sabem onde me sentei? na primeira fila!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Do teu olhar

Leio agora nas imagens todas as palavras que não digo. E é neste silêncio que vejo o teu olhar… fixo, terno… aos pedaços. Afinal as tuas palavras são imagens que eu contemplo… são as praias que eu invento, devagar… são caminhos de madeira, é um chão por pisar… e mesmo a chover, eu deixo que seja sempre o teu olhar a dizer… as palavras que teimo ainda abraçar…

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Tonight


Gosto da vida que têm os ensaios, sejam eles de dança de teatro ou de música.
Gosto da verdade que se respira nas correcções, com um único objectivo, seguir sempre melhor… gosto das respirações para tentar uma próxima vez, gosto dos olhares que se tornam cada vez mais familiares e gosto de quem dirige uma orquestra.

Gosto dos desenhos que fazem os braços a fazer seguir … a conduzir… e gosto das expressões atentas de quem se deixa levar… gosto dos olhos ligados para não se perderem… e gosto muito deste encontro.

*Ensaio de West Side Story dirigido por, Leonard Bernstein

**tu gostavas tanto, pai...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Como eu gostava

.
Como eu gostava
de conseguir ler
nas tuas palavras
a vida que escreves

e mergulhar
e perceber
se a tua vida em letras
é ou não é, a tua vida por viver?

e como eu gostava também de conseguir perceber
que nem tudo o que a vida escreve, se consegue entender…

Girafas...


... a tocar o céu.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Há dias...

.
Há dias
que como as flores
nascem para colorir

há dias
que como eles próprios
findam
e como flores
deixam de existir

É uma outra voz

É uma outra voz
que foge
e se acentua
despida
a palavra
com medo
e nua

deixa que seja o vento
a dizer
a tua voz segura
e a minha sem saber

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Mas que sei eu

.
Mas que sei eu das folhas no Outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
qualquer. Mas eu sei que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha

.
Ruy Belo

.

*O título deste post é o nome deste poema, de um poeta preferido, Ruy Belo

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Bethânia

Há vozes assim... que plantam para colher

Há vozes eternas que nos acordam sempre para o melhor

Há vozes assim, fortes, intensas, que nunca nos fazem temer

Há vozes que nos fazem escolher, sem nenhuma dor

.

*"Casinha Branca" de Gilson/Joran, cantado aqui pela minha deusa Maria Bethânia

**recebi de presente, no meu dia de aniversário.Obrigada Vítor!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Outro dia



Há um qualquer entardecer
diferente
urgente
intemporal
que nos chega para dizer
que depois da noite
está outro dia, certamente por nascer


..
*Parabéns Margarida, feliz dia de aniversário!

** esta é prova de que longe pode ser tão perto…

.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Limite

É um olhar
mais pequeno
silencioso
o que espreita um mar
ao meio
mas poderoso

domingo, 11 de janeiro de 2009

Desenhar...

... traços feitos com o coração.

sábado, 10 de janeiro de 2009

assim...

assim
baixinho
sem agitar
o vento
do caminho

rasar
mesmo sem saber
se um dia irás voltar

fugir
para
dentro
de
mim
pode
não
ser
o
fim

pode
ser

nascer
e
pode
ser
amanhecer
assim

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Amigos mil...

Amigos um...
Há amigos assim. Ou melhor com os amigos é assim. Podem passar-se meses sem nos vermos, mas como é mágico o humor que une as gargalhadas, às mesmas situações. Acontece no meio de uma conversa, tudo é perceptível só com o olhar, e basta uma mera descrição: "sabes, é um cata-vento"… está tudo dito! As próximas cenas do filme estão feitas, e nós a elas, porque rapidamente os olhos se enchem de lágrimas e a barriga começa a doer, de tanto rir.


Amigos dois...
Aconteceu mesmo, comigo e com a MJ. Trabalhávamos na mesma escola e fomos convocadas, as duas, para uma reunião com a Direcção. Como éramos as mais novas do grupo dos docentes, ficamos com o peito cheio de ar, achamos ingenuamente que nos iriam fazer uma proposta aliciante… havia "no ar" uma ideia, que nunca se chegou a concretizar, de ampliar um departamento. E vá lá saber-se porquê, talvez a leveza dos vinte e muito poucos anos, éramos nós com toda a certeza a liderar o dito projecto. Fizemos, na altura um jantar, antes da reunião, em minha casa, e toca de comemorar o acontecimento antes que fosse tarde! Até música houve, (lembraste MJ?) ai meu deus!!!

Lindo serviço, entramos na reunião e percebemos de imediato que o ambiente estava pesadíssimo… Resultado, MJ despedida, ou para ser mais delicado, não renovação do contrato! A mim, uma repreensão pela linguagem pouco "infantil", literalmente assim, com as crianças.

Lição a registar: deitar os foguetes antes da festa, SEMPRE! Nunca por nunca deixar de jantar com os amigos, e ainda por cima jantares com música… e nunca por nunca falar com as crianças como se fossemos crianças também.... mesmo que não se renovem contratos... paciência!

Resultado, eu e a MJ somos eternas amigas e jantamos muitas vezes. Ontem foi almoço, só espero, que hoje, ela não seja despedida. Boa sorte!

.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Se assim for


.
Se assim for
viver a dor eternamente
de forma intensa no meu peito
vou escrever no mar

o que podem os olhos assim guardar
senão essa dor, tão docemente?

.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Muito. Gosto, muito!

Gosto, gosto muito! Gosto mais do escuro, mas gosto também dos outros. Acho lindas as caixinhas que os guardam e a prata que os cobre. Não são fáceis de partir, e até fazem doer os dedos, principalmente nos dias mais frios.
Faço uma marquise de chocolate linda: 400gr (negro) + 4 ovos + maltesers (brancos) = preto no branco!

*Engorda? faz mal? quero lá saber!
**Hoje quero um Toblerone, negro!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

vazio

há sempre um lugar por encontrar...
há sempre um tempo sem lugar...vazio.
.
fui eu que plantei sonhos fora do lugar.
fui eu.
.
.sou eu que quero um lugar assim... cheio.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

My god!

.
A minha irmã V. estava na cozinha a finalizar o que vem sempre depois de uma refeição, numa casa que nas férias reúne à mesa uma média de doze, mais amigo menos amigo… na última torcidela do pano que limpava a bancada…
"My god!" disse a V.
Tia és como eu, também dizes isso. Disse o meu filhote de seis anos enquanto fazia um desenho.
Dizes isso, e sabes o que quer dizer “my god”?
Claro tia, quer dizer que a vida é uma chatice!

.

*traduzir não são só palavras, é uma outra coisa que vem da voz de dentro…

domingo, 4 de janeiro de 2009

Mesmo assim...

Quis ir
sem rasto
deixou no meu caminho
o cheiro
deixou colado a mim
o corpo inteiro

quis ir
num voar tão intenso
como a chegada que
me roubou a mão
e os beijos longos
eternos
silenciosos
enlaçados
que fizeram
dos desejos
eternos imortais

quis ir
mesmo assim
quis ir

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Bom 2009!


.
ir ao Japão
comer tostas mistas sempre que me apetecer
mesmo a meio da noite
jantar queijo em vez de carne e peixe
ter sempre sopa feita
comer gelados até no inverno
andar descalça em casa, sempre!
gostar cada vez mais de vinho tinto
e bebe-lo fora das refeições se me apetecer
e até pode ser enquanto limpo a casa
ou quando oiço música, tanto faz
não sou alcoólica , juro!
o mais longe efeito que fez, foi rir só mais um bocadinho
escrever de tudo no meu caderno de capa preta
deitar a língua de fora a quem me apetecer
puxar para mim quem eu mais quiser
beber água fria com gás e rir-me de quem também o faz
chocolates sempre por perto

e os amigos lá em casa, hoje, sempre, mas hoje
falar horas a fio com as minhas duas Marias
terminar as nossas conversas assim: “depois falamos melhor”
arrumar as gavetas
tirar fotografias ao que me apetecer
ter fotografias nas mãos
e ver, ver, ver…
escrever
escrever
escrever
ler
muito
estar com os meus filhos

falar
muito
sonhar
mas menos
olhar em frente
deixar de olhar tanto para trás
perder menos

muito menos
andar na praia mesmo de inverno
ir viver para mais longe
mas ficar sempre perto do mar
ir a África
ir a África
ir a África
voltar muitas vezes a Londres
ir sempre a Itália
encontra-me outra vez

encontra-me...


*estas listas são tão perigosas!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Tão perto de mim...


... pode ser tão longe ...
.

porque não me pertences
porque voas no meu primeiro gesto
porque voas e eu fico

.
de longe...
eu olho o teu voo
livre
e gosto de ficar presa nele
gosto de ti
mesmo que seja a sonhar
gosto de ti
tão perto daqui
.
e gosto, mesmo que seja tão longe de mim...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Segredo

Às vezes sinto-me assim... estátua, de pedra e sal!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

É urgente!

Feliz Natal
.
Urgentemente
.
É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos,
as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.
.
Eugénio de Andrade

*vou por aí fora com poemas assim...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Cinema

"Eu não sei se ela sabe o que fêz

quando fêz o meu peito cantar outra vez..."

.

*o que nunca sabemos, do que os outros sabem de nós...

**há vozes que nos seguem, para fazerem o nosso peito cantar outra vez ...

***esta música é linda, "Cinema" de Chico Buarque, e dá nome a este post.

Todas as noites

Todas as noites antes de adormecer, equilibrava cuidadosamente sobre a mesa da sala, relatos e desejos que um dia lhe iria dizer. Os anos passavam e a mesa cada dia mais cheia de palavras, marcava a certeza de que nunca ninguém chegaria para as receber.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Felicidade



Se eu estivesse lá …
chegava de barco
para ver a terra
do mar
chegava mais cedo
a tempo de sonhar
os teus braços
enlaçados nos meus
e depois ?


Se eu estivesse lá…
começava
outra vez
nascia
de barriga
na tua
e ficava
assim
quieta
nua

Se eu estivesse lá…
o teu braço
era maior
para me puxar
e então
os dois
uma árvore
gigante
plantávamos
no mar


Se eu estivesse lá….


Sobre rodas



o corpo também fala...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Mais longe

Acordei mais longe
quando vi que o amanhecer
diz ao vento que a lua
anoitece sem se perder

num sopro

sigo pelo vento
e é quando afasto do caminho
a névoa do momento

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Vilarejo



Os caminhos

Os vestidos

Os destinos

E essa canção...

*há músicas que me acordam e andam comigo até ao anoitecer...

**hoje é esta a música que me acompanha para falar de lugares... de pessoas...

***Marisa Monte

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Open space


Quero a minha alma “elástica” com vista para um mar infinitamente belo… e no espaço soltar os meus desejos... livres, sem preconceitos... sem barreiras ordeiras, sem limites, livres…
E de terra, olhar… até me perder de vista…

.
*soltar... para um mar que me cala de espanto e me resgata ilusões.


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Carla e eu

Domingo à noite numa grande superfície nos arredores de Lisboa … na esperança de sermos poucos… e de facto não éramos muitos, mas parecíamos milhares. As minhas escolhas eram muitas, a vontade de escolher é que era pouca, muito pouca. Ainda sem nenhum saco na mão resolvi parar para jantar.
Pasta ou salada? pasta. Tagliatelle mais cinco escolhas, e molho. Carbonara ou cinco queijos? Cinco queijos!
.
Sentada numa mesa que se ligava a outras mil cheias de copos e pratos já usados e pessoas carregadas de sacos, dei a primeira garfada quando “ouvi” e depois olhei, a “expressiva” família que tinha como vizinha de mesa.
“Cala-te Carla, já te comprámos as prendas. Esta miúda é mesmo estúpida!”
“ Ó Paulo (diz, a que presumo ser a mãe da Carla… porque são do mesmo tamanho e largura, e porque têm o mesmo corte de cabelo e nuances da mesma cor… apesar de uma não ter mais que doze anos e a outra aparentar uns quarenta e tal…) não fales assim, ela é estúpida mas já percebeu que não vai ter mais porcarias nenhumas!”
.
Depois desta entrada triunfante perdi a postura e acho que ao abrir a boca de espanto me babei… Compus-me, e confesso que atrasei propositadamente a minha refeição para ficar até ao final do jantar (quase de Natal) da família da Carla.
Levantaram-se, a mesa deixaram-na como provavelmente deixam as palavras fugirem da boca, em péssimo estado… eram só três a jantar e pelas minhas contas deixaram loiça e guardanapos para mais vinte!
.
A frase da noite não me saía da cabeça: “Ela é estúpida mas já percebeu…” .
Já no regresso a casa… com as luzes a piscar que iam aparecendo nas janelas, e os homens de vermelho e barbas branquinhas a subirem pelas varandas, andar sim, andar não… fiquei novamente sem vontade de Natal.
Desta noite de olhares espantados, apressados, e de mãos carregadinhas de sacos, provavelmente cheios de “porcarias nenhumas”… trouxe um aperto no peito que me acentua o pouco espírito da época.
.
Evito a palavra, evito os embrulhos… gosto de dar, mas não gosto de receber assim, só porque estamos lá, na época!
Nesta altura em que todos resolvem “olhar” para todos, existem lugares vazios … e esses lugares partem-me o coração. Lugares pertença de quem já partiu, e lugares por nascer, de quem não chegou…

Vêm as perdas ao de cima… vem à flor da pele o toque que já não existe… e fica uma profunda indignação por perceber que estão muito mais presentes na vida das “Carlas” os pais natais que sobem os prédios altos, do que os que descem pelas chaminés…

*excerto de um texto muito maior que aqui não fazia sentido colar...

**há conversas, mesmo escritas, que nos fazem mudar de ideias... e então publiquei um pedaço do texto...


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Agora



Agora
deitada
escuto…
oiço
nada!

.
Não procuro
não espero
não quebro
nem desespero
espreito
a rir
outras vezes
detesto
mesmo a fingir...

.
Agora
não é
depois
é agora
e já foi
o momento…
quieto
ou em revolto
movimento

.
Agora escuto... consigo ouvir ?
depois esqueço
quando estou a mentir


domingo, 14 de dezembro de 2008

Escolhe


Escolhe uma flor para as tuas mãos plantarem no meu cabelo …
... e depois fica e vê …

sábado, 13 de dezembro de 2008

Carta


A vida inteira foi coleccionando sabores, odores e em cada viagem que fazia escrevia-lhe postais sem destino. Olhava e descrevia-lhe o mar que via nos olhos. Os pés contavam os passos que a levariam a ele. Ouvia atenta, todas as histórias que um dia lhe iria contar. Guardava as imagens dos longos passeios que dava na praia, dentro de uma caixa de prata que trazia no bolso. Cantava canções de cor para nunca as esquecer. Dizia os poemas mais longos para não terem fim. Falava as mais doces palavras para não esfriarem. Unia as suas mãos, como se fossem quatro.
Juntou todas as palavras que lhe iria dizer na carta que nunca escreveu.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Entre mim e lá fora...


Eu sei lá se a água que escorre nos vidros é chuva, ou se é o céu que chora e sou eu que não consigo perceber.
Eu sei lá se são as gotas que brincam lá fora, ou se sou eu que não quero ver.
.
Entre o céu e a terra, dois tons …
Entre mim e lá fora, a vida!
.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Há palavras e palavras!

.
A Palavra
.
Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.
.
Que resumiria o mundo
e o substituiria.

Mais sol do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.

.
Carlos Drummond de Andrade
.

Cansaço

De olhos fechados... acordo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Eficiência ou o lado mais prático da morte

.
A senhora da agência funerária dirigindo-se para um familiar do falecido:
.
Vai tudo correr bem! Vão ter lá (referia-se à capela mortuária), máquina de café, e ao lado vai estar também uma família… impecável!
.

*é por estas e por outras, que os risos aparecem nestes lugares também…

Desvio o meu corpo e toco no teu

Fecho os olhos das sombras que brincam à minha frente. Fazem fintas os fantasmas... temem que seja gente. Desvio o meu corpo e toco no teu, quando teimo em fugir à noite do céu.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Suspiro

Se num só suspiro se soprasse a alma inteira… ficaria hoje sem pingo dela, ou não teria eu alma nenhuma.

Dizia aos poemas


Os dias eram marcados pelos mesmos horários, rotinas e hábitos. Pedro saía de casa sempre com as mesmas certezas, entrar no café do bairro, seguir pelo passeio até ao escritório onde trabalhava desde que saíra da faculdade. Os bons dias eram distribuídos pela mesma ordem de sempre até finalmente se sentar na sua mesa de trabalho. Pedro gostava do que fazia, mas também sabia que não fazia tudo o que gostava. Ao final do dia o percurso inverso marcava o regresso à casa onde prometera o futuro. Promessa que iria cumprir com a convicção de quem se promete a uma felicidade planeada. À noite na mesa da sala onde escrevia, Pedro dizia aos poemas aquilo que sabia e não sabia de si. Perdia-se nas palavras onde mais se encontrava, e era feliz assim.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

De olhos fechados


Nas noites em branco em que os olhos brincavam com a luz, Maria corria na praia. Fazia do escuro manhãs claras e deitava as noites para dormir. Em compassos musicais, com os pés descalços na areia molhada, dançava, dançava… Nas mãos segurava dois lenços brancos onde agitava todos os sonhos em frente do mar. Cansada, parava... cada vez que uma onda lhe rebentava nos pés, Maria olhava o mar fixamente, e o mar dizia-lhe que fosse dormir. De olhos escuros, desafiava as ondas numa outra dança… Os braços rodopiavam seguros vestidos de branco, e de cada vez que os lenços lhe tocavam o rosto... Maria sorria porque era o amor. De olhos fechados deixava-se amar, até que a noite adormecesse fazendo o dia por fim acordar.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Vens?

Ficas?

sábado, 6 de dezembro de 2008

E se ...

… a vida fosse como nos filmes?

.

Passaram 3, 4, 6 ou... 9 meses!
.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Sábias cores

Sábias as cores que se estendem ao sol, e se tornam mais nítidas com a luz. Sábias as cores que não teimam mergulhar no breu e insistem nos tons. Sábias as cores que contrastam e se definem, mas sempre por perto, e sábias porque se misturam e não chegam nunca a ser deserto. Sábias, as cores ao sol espelham aquilo que amam, e negam o medo de amar. Deixam trazer vontades porque sábias, ouvem, e querem saber das conchas... e do mar.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Atrás da porta ...



... há gente !

Pois é !

É a prova mais doce
Quando me escutas
Que os teus olhos dizem
O que outros calam

.
E mesmo molhados
Ouvem e repetem
Que é para seguir
O que parece partir

.
Cada troca
uma lição
Amigos assim na minha mão

.

*parabéns Dani!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Amanhecer

Espreguiçar todos os desejos estendidos nos lençóis, que os braços podem ainda lembrar… e de olhos cerrados olhar, olhar, olhar …

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O desafio de Cati

A menina dos beijinhos estrelados, cati convidou-me para um desafio. É a minha estreia, em "saltos" destes aqui na blogosfera!

.
Ingredientes:



*colocar uma foto individual nossa

.
*escolher uma banda/artista


.
*responder às questões somente com títulos de canções da banda/artista escolhido


.
*escolher 4 pessoas que respondam ao desafio, sem esquecer de avisá-los






Aqui vou eu......


.
1. um bocadinho de mim…



2. O artista escolhido: Caetano Veloso
*
3. És homem ou mulher? "Clarice" :)
*
4. Descreve-te: às vezes tenho “Uma força entranha … outras vezes ”Quem me dera ter...
*
5. O que as pessoas acham de ti: que dou “Sorte” (grande responsabilidade …) “Quando” viajo no “Trem das cores”!!! “Quem me dera” andar sempre assim…

6. Como descreves o teu último relacionamento: “Ah! Bruta flor do querer, Ah! Bruta flor, bruta flor…” (refrão de “O quereres”)

7. Descreve o estado actual da tua relação: Olha que “Nua ideia” eu dar uma resposta destas aqui! :)

*
8. Onde querias estar agora? a dizer “Outras palavras”

*
9. O que pensas a respeito do amor? não “Acontece” só nos “Sonhos”, chega sem esperarmos a voar num “Tapete mágico”. Mesmo “Fora de ordem” só é “Verdade” se for “Muito” .

*
10. Como é a tua vida? um “Ciclo” !

*
11. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? o “Oceano” ...
*
12. Escreve uma frase sábia: “Amanhã será outro dia…” (parte de “Amanhã” )


*
*

Agora vou bater à porta de quatro meninos: truz! truz! truz! truz! Desafios devem ser livres por isso as portas a que bati abrem-se para este convite ou não, sim?

+
+

Vítor
*
Margarida Faro
*
Lady Godiva
*
Sofia


.

Aragem

Vento mais lento
que toca o rosto
com cheiro incolor
que tráz no ar gélido
sabor …
.
Vento mais lento
que nesse instante
toca insinuante...
nos fecha os olhos
nos pede e rouba
os meus cabelos
a minha boca

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Passos no gelo...

... ou na lua!
.
*esta fotografia veio da neve direitinha para mim. Obrigada Dani!!!