Amor à primeira “vista”, ou pelo timbre da voz, ou pelas palavras que diz ou que não diz , pela vibração de um instrumento que nos tocou diferente daquela vez, ou por nos trazer alguém… a música sempre a marcar a vida.
“Agora essa não a consigo ouvir”. “Mas porquê, se sempre gostaste tanto?”. “Agora faz-me chorar”. “Mas era a tua música de seres feliz. Era só esta que ouvias os dias inteiros e agora acabou? e era esta que repetias sempre, lembraste?” Não a ponhas por favor, não vou conseguir ouvir. Essa trás aquilo que eu perdi, e vai desmanchar tudo que guardei para ficar. Prefiro não ouvir. Não ouvir mais nada! Porque se ouvir uma música agora, vou lembrar-me de que não consigo ouvir agora aquela música que ouvia, e vou ter que me lembrar…E eu não quero.”
Mas as músicas também nos ouvem de certeza. Não se gosta só de um lado, senão não era música. Guardamos esta relação com as músicas em tantos sítios cá dentro de nós. As músicas são elásticas, elas esticam-se no tempo, no amor e nas perdas, e passam a ocupar lugares tão diferentes. Umas chegam para ficar na primeira fila eternamente, venham perdas ou ganhos, outras são abruptamente empurradas por nós como se déssemos de repente um empurrão a quem estávamos a abraçar … vamos atrás delas como se fosse um jogo, guardamos religiosamente a que nos fez feliz e lembramos de vez em quando outras que um dia andaram mais perto.
Sem música, sem aquela música que eu agora não posso ouvir, eu morreria.
“Agora essa não a consigo ouvir”. “Mas porquê, se sempre gostaste tanto?”. “Agora faz-me chorar”. “Mas era a tua música de seres feliz. Era só esta que ouvias os dias inteiros e agora acabou? e era esta que repetias sempre, lembraste?” Não a ponhas por favor, não vou conseguir ouvir. Essa trás aquilo que eu perdi, e vai desmanchar tudo que guardei para ficar. Prefiro não ouvir. Não ouvir mais nada! Porque se ouvir uma música agora, vou lembrar-me de que não consigo ouvir agora aquela música que ouvia, e vou ter que me lembrar…E eu não quero.”
Mas as músicas também nos ouvem de certeza. Não se gosta só de um lado, senão não era música. Guardamos esta relação com as músicas em tantos sítios cá dentro de nós. As músicas são elásticas, elas esticam-se no tempo, no amor e nas perdas, e passam a ocupar lugares tão diferentes. Umas chegam para ficar na primeira fila eternamente, venham perdas ou ganhos, outras são abruptamente empurradas por nós como se déssemos de repente um empurrão a quem estávamos a abraçar … vamos atrás delas como se fosse um jogo, guardamos religiosamente a que nos fez feliz e lembramos de vez em quando outras que um dia andaram mais perto.
Sem música, sem aquela música que eu agora não posso ouvir, eu morreria.
*a imagem pertence a um dos meus filmes preferidos, Piano.
*as imagens também trazem música...
6 comentários:
Pois é.
Acabei de "empurrar uma música".
Agora estou em processo.
Dá-me tempo, porque é o tempo que tudo digere e transforma...
Margarida: Ok chefe! Venha de lá outro canto, a T. da praia espera muito curiosa...
E os comentários também podem dar música... ora copia isto e endereça lá:
http://www.imeem.com/people/choabv5/music/ZeampJnG/michael_nyman_the_piano/
Depois da morte chega o renascer, não?! :)
Michael Nyman...esta música é tão bonita,é das minhas preferidas.Mas os meus olhos ficam molhados quase sempre...
Este filme tem de tudo: música de arrepiar, uma fotografia muito bonita e uma história de amor, mais ? impossível!
Já vi este senhor tocar duas vezes e este Piano anda comigo para todo o lado.
és uma querida, outro piano para mim ...:)
Como te entendo, Clarice!
O Piano e a sua banda sonora encantam-me, sempre, de todas as vezes que vejo e ouço.
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