O “mundo” entrou na minha escola, isto está um caos! Montes de areia, ferros, betoneiras, pás, vassouras, arames por todo o lado, pregos, martelos … e homens de várias partes do globo, incluindo regiões do nosso grande rectângulo com vista para o Oceano Atlântico. Eles “é” Moldavos, Alentejanos, Visienses, Alfacinhas, Minhotos, Transmontanos, eu sei lá! Mas é melódico, muito mesmo: “menina, ei menina por fabor onde posso ir beber a iágua?” ou então ainda assim: “a maneiras que, boltando à cumbersa” ou, “eu gostar de encontrar umas pá pra varrer isso, istô aqui assi”. Sinto tão verdadeira aquela célebre frase “Vá para fora cá dentro”! Sinto-me a viajar no meio do trabalho, fantástico!!! Mas o que eu queria mesmo contar no meio desta conversa é que gosto destas pessoas que aqui estão há já alguns dias. São delicadas, atenciosas e estão a contribuir para que a minha escola fique linda! Outro dia estava um grupo a almoçar num dos recreios e eu aproximei-me: “Não querem que vos vá arranjar uma mesa e cadeiras para almoçarem sentados?”, eu queria dizer sentados à mesa… olharam todos para mim com um sorriso e um deles … “menina nós estamos sentados, não vê? é servida?”, “não obrigada já fiz o mesmo”. Juro que era rapariga para me sentar naquela mesa, onde a conversa "cantava" fluidamente melódica. Gosto de ouvir estes sons diferentes que as línguas têm. Gosto mesmo. Vou sentir falta quando partirem. Vou lembrar-me sempre do que fizeram.
*a vontade de escrever este texto nasceu da fotografia "Sinais" do meu amigo Yanneck, no Olhar Macro.
1 comentário:
Que singelo e bonito, Clarice.
És tão simpática que aposto que não há quem não te adore.
Gostei mesmo e espero que a tua escola fique liiiiinda.
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